A Renascimento Street segundo Onun Trigueiros

Em “Renascimento Street” – a primeira mostra individual de Onun Trigueiros na Underdogs – encontramos uma proposta exploratória que o artista tem vindo a desenvolver em torno da azulejaria. Assente num acto de actualização e personalização de um suporte com longa presença e destaque na cultura portuguesa, este exercício, ao invés de retratar feitos e personagens históricos, confere-lhe uma nova vida com momentos do quotidiano que rodeia o artista – sobretudo na rua, na Linha de Sintra, periferia de Lisboa. Conversámos com o artista para saber mais sobre ele e sobre a exposição.

Como é que a arte entra na tua vida?

Desde muito cedo que se tornou uma forma de expressão e de conto de histórias para mim.

Que inquietações te levam a criar?

Às inquietações que me levam a criar partem de acontecimentos de pessoas que também vivem inquietas.

Como surge a exposição “Renascimento Street”?

O “Renascimento Street” vem de eu não me identificar com alguns dos temas que são retratados em geral, daí parte o renascimento.

Fala-nos do teu interesse pela azulejaria e da forma como a reintrepretaste

O meu interesse pela azulejaria surgiu principalmente através da minha experiência enquanto forneiro na fábrica viúva Lamego, desta forma quis reinventar o formato dos mesmos.

Faz-nos uma pequena visita guiada pela exposição

A exposição começa com uma história e acaba com outra. Tal como um selo, cada pintura é um momento, um desabafo, uma viagem.

A memória é terreno fértil para a criação?

O uso da memória fotográfica é uma ferramenta sempre presente na minha criação, tento sempre transportar histórias e momentos através desse processo que vive em compartimentos na minha cabeça.

Por que caminhos passará o teu futuro próximo?

O meu futuro próximo passará pela continuidade e resistência dos meus selos.

A beleza está nos olhos de quem vê?

Não, a beleza está nos olhos de quem é visto, que tanto me inspiram para criar e continuar a contar histórias.

Foto: Bruno Lopes