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O actor Adérito Lopes, da companhia de teatro A Barraca, foi violentamente agredido na noite de terça-feira, em Lisboa, alegadamente por elementos de um grupo de extrema-direita, quando se preparava para entrar no teatro Cinearte, no Largo de Santos, para participar numa sessão de homenagem a Luís de Camões com entrada livre.
A informação foi confirmada à agência Lusa por Maria do Céu Guerra, diretora da companhia e atriz de 82 anos, que lamentou o incidente e sublinhou o clima de medo vivido pelo elenco, composto por 14 atores. “Dois foram provocados e um terceiro foi agredido violentamente, ficou com um olho ferido, um grande corte na cara”, relatou, acrescentando que a vítima teve de receber assistência hospitalar.
Segundo a mesma fonte, o ataque ocorreu por volta das 20h00, à entrada do espaço cultural, quando um grupo identificado como neonazi se encontrava no local com cartazes e mensagens de teor xenófobo. O grupo começou por provocar uma das atrizes, antes de os restantes membros da companhia serem também alvo de provocações e, no caso de um deles, de agressão física.
A PSP foi chamada ao local pelas 20h15, na sequência de relatos de agressões. Um homem de 45 anos, a vítima, denunciou ter sido agredido ao sair da sua viatura pessoal. Com base nas características fornecidas pelo ofendido e por uma testemunha, a polícia conseguiu intercetar um suspeito de 20 anos nas imediações, que foi identificado no local.
Apesar da sala estar cheia para assistir à última récita do espetáculo Amor é um fogo que arde sem se ver, previsto para as 21h00, a sessão acabou por ser cancelada. O público apenas abandonou o local depois das 22h00, já com a presença da PSP.
Maria do Céu Guerra destacou a gravidade do ocorrido, sobretudo no dia em que se assinalavam os 30 anos do assassinato de Alcindo Monteiro, às mãos de um grupo de skinheads, também em Lisboa. “Trinta anos depois, este país ainda não arranjou forma de se defender dos nazis”, afirmou, visivelmente emocionada. “É terrível. E tenho aqui o elenco, 14 atores, todos temendo pela sua saída do teatro. Sentem-se vulneráveis.”
A diretora da companhia lamentou ainda que uma instituição como A Barraca, que considera “um símbolo de paz”, possa ser alvo de tamanha violência. “Para nós, A Barraca é um símbolo de cultura e liberdade. Para outros, não sei o que será.”
A Polícia de Segurança Pública confirmou que irá comunicar todos os factos ao Ministério Público. O caso está agora a ser investigado pelas autoridades competentes.
Foto: © Felix Mooneeram
Notícia adaptada. Fonte: LUSA
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