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Esta semana entrevistámos a Direcção do CENA - Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual.
Como surgiu o Cena, e qual o vosso alcance em termos de número de associados?
O CENA - Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual, surge do alargamento de âmbito do, então centenário, Sindicato dos Músicos. Foi sentida a necessidade alargar o sindicato a outras profissões relacionadas com as artes e a cultura. Para este alargamento contribuiram bastante o Centro Português do Audiovisual e os Intermitentes do Espectáculo, cujos activistas e dirigentes integraram o CENA.
Que balanço fazem da vossa actividade até agora?
O CENA apareceu numa altura muito complicada para os trabalhadores portugueses e europeus, uma altura em que se tentam roubar direitos conquistados com muito suor e muita luta. Esta crise económica e financeira tem sido desculpa para pôr em prática políticas que afrontam violentamente o direito ao trabalho e o seu valor. A cultura em Portugal tem sido dos sectores que mais sofreu com os cortes orçamentais, neste momento tem uns míseros 0,1% do Orçamento de Estado destinados.
Temos tentado fazer o nosso trabalho de forma séria com os meios que dispomos e temos conseguido marcar a agenda noticiosa em algumas situações - nomeadamente com os problemas de pagamentos em Guimarães 2012 CEC e com a situação vergonhosa que se vive na AMEC - Metropolitana de Lisboa, contribuimos frequentemente para a criação de massa crítica na área cultural, conseguimos ter uma publicação trimestral de informação, o nosso site e página de Facebook são fontes informativas importantes para os trabalhadores da cultura e mais importante que tudo, continuamos a dar apoio diário a muitos profissionais que nos procuram com os mais variados problemas laborais.
Quem se pode associar ao CENA, e quais as vantagens de o fazer?
Todos os profissionais da música, do espectáculo e do audiovisual podem ser associados do CENA. No sindicato encontrarão o apoio jurídico tão necessário nos tempos que correm, encontrarão um sítio onde terão apoio nas suas pequenas ou grandes disputas laborais e terão acesso a vários serviços que o CENA coloca à disposição dos associados. Ser sócio de um sindicato é a garantia de que não estaremos sós e de que estamos a contribuir, solidariamente, para a defesa da nossa classe profissional, mesmo que tenhamos a sorte de nunca necessitar do apoio sindical.
Quais são as principais reivindicações do Cena?
Temos um plano de trabalho para 2013 centrado em alguns aspectos fulcrais como os regimes de contratação, os problemas que os trabalhadores das nossas áreas (cerca de 90% serão precários) têm com as dívidas e penhoras à Segurança Social e erros de colocação nos seus escalões e nas constantes faltas e atrasos nos pagamentos.
A reivindicação geral e que engloba todos estes aspectos é a criação de legislação que proteja os trabalhadores das nossas áreas, já que eles têm algumas especificidades nas suas profissões. E essa legislação teria sempre de englobar os 3 aspectos que mencionei porque são os decisivos para que haja um mercado laboral sério e para que as nossas profissões estejam regulamentadas de modo a que não haja atropelos à dignidade e à liberdade de criação que elas necessitam.
Qual é a relação institucional que o Cena tem com os outros sindicatos das artes do espectáculo?
Temos uma relação institucional normal, sabemos bem quem são os nossos adversários e é neles que nos focamos. É desejável e penso que poderá acontecer num futuro próximo, que os dois sindicatos colaborem em acções conjuntas. Temos colaborado também com outros sindicatos que não são exclusivamente das artes dos espectáculo mas que têm associados ligados a elas, como no caso da RTP.
Que desafios esperam o Cena este ano?
O maior desafio é continuar o crescimento sustentado, quer aumentando o número de associados quer melhorando a sua integração no sindicato para que se sintam parte dele e para que colaborem com as suas ideias e propostas.
Esperemos que no final do ano todas as movimentações sindicais e de outros movimentos ligados à cultura façam ver a quem de direito que é necessário aumentar significativamente o orçamento para a cultura. Esperamos ter um 2014 melhor, em que as estruturas não tenham de encerrar ou tornarem-se quase amadoras como tem acontecido nos últimos anos.
Quais as 3 coisas que precisam de mudar a curto prazo para melhorar o cenário cultural em Portugal?
Financiamento, legislação laboral adequada às nossas profissões e uma maior divulgação do que de bom se faz na cultura em Portugal.
Financiamento porque como já referi 0,1% do nosso OE é manifestamente pouco para um sector que envolve tanta gente e que reproduz tanto trabalho com todas as actividades económicas que cria à sua volta; legislação laboral adequada porque como qualquer trabalhador precisamos de ter direitos que nos assegurem estabilidade laboral e salarial, é impossível criar, actuar e produzir sem termos a cabeça limpa; e maior divulgação porque se a tendência tem sido para que haja menos oferta, então pelo menos que nos empenhemos na sua divulgação para que a oferta existente tenha sucesso.
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