Ciclo “Dar a Ouvir” regressa a Coimbra com propostas que desafiam os limites da escuta

A 9.ª edição do ciclo Dar a Ouvir arranca esta sexta-feira, 18 de julho, e prolonga-se até 31 de agosto, no Convento São Francisco, em Coimbra. A iniciativa, dedicada às artes sonoras e à escuta ativa, apresenta um programa que aposta na experimentação e na imersão sensorial, com propostas que, segundo a organização, "desafiam os limites da escuta humana".

Organizado pelo Convento São Francisco e pelo Jazz ao Centro Clube, o ciclo tem este ano como grande destaque a exposição “Três Campos”, da dupla Pedro Tudela e Miguel Carvalhais, que assinala 25 anos de colaboração artística. A mostra reúne três instalações sonoras — duas delas encomendadas especificamente para o evento — distribuídas por três salas distintas. As peças interligam-se num “corpo sonoro coeso”, onde espaço, som, arquitetura e infraestrutura se fundem, proporcionando uma experiência sensorial imersiva.

A autarquia de Coimbra sublinha que estas obras não pretendem apenas ocupar o espaço físico das salas, mas transformá-lo temporariamente, incentivando uma escuta ativa, tanto espacial como somática.

O ciclo conta ainda com um concerto do maestro e percussionista Pedro Carneiro, acompanhado pelo coletivo Hedera 4tet, um quarteto composto por quatro violinistas. Outro momento em destaque será o espetáculo da artista Beatriz Romano, que irá explorar frequências sonoras baixas para criar uma experiência musical inclusiva, especialmente pensada para o público surdo.

A programação inclui também um passeio sonoro orientado por Luís Antero, no dia 20 de julho, pelas margens do rio Mondego e pelo Choupal. A partir das gravações recolhidas nesse percurso, o artista apresentará, no dia 31 de agosto, um concerto de “escuta às cegas”, na black box do Convento São Francisco — um momento pensado para ser vivido de olhos vendados, privilegiando a imersão auditiva total.

O encerramento do ciclo será assinalado, também no dia 31 de agosto, com um concerto da pianista Joana Gama em parceria com o músico eletrónico Luís Fernandes, num cruzamento entre piano e paisagens sonoras eletrónicas.

Notícia adaptada. Fonte: LUSA