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Dina Magalhães e o Circular Festival

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COFFEEPASTE
22 de Setembro de 2023

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Dina Magalhães e o Circular Festival

O Circular Festival de Artes Performativas apresenta-se em Vila do Conde de 22 a 30 de setembro com propostas nacionais e internacionais, estreias absolutas e nacionais, num programa multidisciplinar composto por diversas linguagens artísticas e autorias. Conversámos com Dina Magalhães, diretora do festival, para saber mais.


Que balanço consegues fazer do Festival Circular, que existe desde 2005?

O balanço macro do intervalo temporal de 19 edições de festival é indissociável dos micro balanços que vamos fazendo a cada projecto que termina. Reflectimos sobre os pontos fortes e frágeis de cada ciclo, relacionando-os necessariamente com as mutações contextuais globais, nacionais e locais. O festival e o projecto geral da Circular foram crescendo, alicerçados numa forte cumplicidade e coesão ímpares da equipa de trabalho.


Sentimos necessidade, desde a terceira edição, de alargar o espectro da nossa actividade para além do festival, estendendo os projectos ao âmbito educativo e escolar, mantendo também uma relação regular na cidade. Tentamos aprofundar também a relação com artistas e projectos associados, que nos abriram ainda mais o leque de acção enquanto estrutura de programação, produção, edição e de mediação, num âmbito nacional e internacional.


Podemos falar talvez de uma trajectória de perseverança, de crescimento lento e gradual e de muitas aprendizagens que, esperamos, possam ser multidireccionais. O projecto sedimenta-se numa rede crescente de relações que envolvem a cidade, a comunidade, os artistas, públicos, pares e parceiros.

 

Que linhas de pensamento passam pela imaginação dos programadores ao abordar cada edição do festival?

Trabalhamos num território de manifestações artísticas contemporâneas, multidisciplinares com foco nas artes performativas, sendo dominantes a dança, a música, a performance ou o teatro. Focamo-nos na produção artística actual e, inerentemente, na diversidade de discursos e inquietações que se reflectem nas obras dos artistas; interessa-nos convocar um cruzamento de públicos, que possam procurar no festival áreas artísticas específicas ou deixar-se surpreender por propostas menos familiares ou que possam suscitar alguma estranheza.

 

Quais os temas que estarão presentes na edição de 2023?

Os temas são muito vastos e diversos a cada edição, a programação procura reflectir as particularidades dos discursos de cada um dos autores, dos seus interesses e bagagens artísticas. Procuramos também que o festival não se encerre num monotema e que os públicos possam encontrar em cada uma das obras pontos de partida de pensamento, em aberto, em permanente questionamento, convidando a uma posição participativa.

 

A multidisciplinaridade é característica que procuram?

Essa é a matriz do Circular desde a primeira edição. Procuramos incluir várias áreas artísticas nas suas distintas manifestações, com um denominador comum: as artes performativas. Apresentamos obras com motivações autorais diversas, universos e formatos com carácter mais experimental.

 

O que destacas da programação?

A expectativa será de que o público possa ter interesse por qualquer das propostas. Se a abertura do festival se apresentar como um motor de curiosidade para a restante programação, destacaria então o fim-de-semana de arranque, esperando contagiar o interesse por todo o programa. Duas estreias nacionais: en son lieu, do coreógrafo Christian Rizzo, numa desconstrução de uma dança hip-hop, e Raw On, da coreógrafa Ana Pi com DJ Firmeza, numa reinterpretação de danças afro-diaspóricas; Kama, de Ana Renata Polónia, proporá uma reflexão sobre dinâmicas relacionais na intimidade; a exposição La casa de los animales e performance da artista multidisciplinar Ana Elena Tejera, que tem como base de trabalho o seu país de origem, o Panamá, e dois concertos: uma estreia absoluta do Supernova Ensemble, ON/OFF, e a música electrónica e distorcida de Lolina.

 

O equilíbrio entre propostas nacionais e internacionais é importante?

É preocupação nossa manter um equilíbrio de espectáculos nacionais e internacionais, cremos que a riqueza de um encontro artístico reside nas trocas e partilhas culturais, assim como consideramos vitais os cruzamentos intergeracionais, ao apresentarmos artistas com carreiras firmadas e artistas emergentes ou com primeiras obras.

 

A que eventos paralelos poderemos assistir?

Paralelamente aos espectáculos, promovemos alguns workshops, nomeadamente um com a coreógrafa Ana Pi, dirigido a amadores, curiosos e de todas as idades, outro de práticas colaborativas na criação cénica, orientado pelo encenador Afonso Becerra, e um outro dirigido a alunos de música do Conservatório de Vila do Conde, dirigido pelos músicos José Alberto Gomes e João Tiago Dias. Faremos também conversas pós-espectáculos e aproveitaria para referir que o concerto ON/OFF de Supernova Ensemble (projecto associado da Circular desde 2022) será gravado ao vivo para uma edição futura em vinil.

 

As questões da acessibilidade foram ponderadas?

Atendemos no programa do festival a públicos com necessidades específicas: apresentamos um espectáculo de dança com audiodescrição para um público com deficiência visual; um espectáculo de teatro em Língua Gestual Portuguesa para a comunidade surda e aprimoramos a informação sobre a acessibilidade física ao Teatro Municipal de Vila do Conde – proximidade de lugares de estacionamento, acesso a foyers e plateia. A acessibilidade económica tem sido também uma preocupação constante do Circular. Praticamos preços simbólicos que possam não ser impeditivos do acesso e fruição dos espectáculos, assim como propostas gratuitas.

 

A tua expectativa relativamente ao futuro é boa, ou nem por isso?

No que à área artística e cultural diz respeito, e reportando-me a uma situação geral, tento esboçar um diagnóstico realista. O tecido artístico e de produção cultural português, que vem evidenciando alta qualidade, dinamismo e reconhecimento internacional crescente, contrasta fortemente com as condições profissionais precárias do meio. Julgo que o subfinanciamento crónico estatal reflectirá uma desvalorização persistente das artes e da cultura em Portugal, que tem como sintoma uma anémica expressão no orçamento de estado, ficando sempre aquém do mítico 1%. Somam-se também os sucessivos modelos de concurso que resultam numa preocupante e aleatória atribuição dos apoios, altamente penalizadores do trabalho e subsistência das estruturas e artistas. O debate e a reflexão necessitam de efectivar-se, em diálogo também com a educação.

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