Exposições que cruzam arte, arquitetura e moda vão estar em destaque em 2026

A arte contemporânea, o cinema e a arquitetura vão marcar as programações de 2026 em museus de Lisboa e Porto, com exposições dedicadas a Frank Gehry, José Pedro Croft e Anna Maria Maiolino, com a moda também em destaque.

No próximo ano, em Lisboa, a exposição “Arte e Moda na Coleção Gulbenkian” colocará a partir de abril, em diálogo, obras do Museu Gulbenkian com criações de alta-costura, identificando afinidades formais e conceptuais entre épocas distintas, segundo a programação enviada à agência Lusa.

Com curadoria de Eloy Martínez de la Pera, a mostra reunirá cerca de 100 obras da Coleção Gulbenkian e aproximadamente 140 peças de vestuário assinadas por casas e criadores estrangeiros como Dior, Balenciaga, Yves Saint-Laurent, Versace, Jean-Paul Gaultier, Vivienne Westwood, Alexander McQueen e ‘designers’ portugueses como Alves/Gonçalves, José António Tenente, Maria Gambina, Nuno Gama e Nuno Baltazar.

No Centro de Arte Moderna, a italiana Rosa Barba apresentará “Desenhar Vocabulários”, a sua primeira exposição individual em Portugal, a partir de maio, ocupando a Nave e o Mezanino do museu com uma instalação ‘site-specific’ que transforma projetores, celuloide e som em escultura e narrativa visual para criar uma experiência imersiva.

Fotografias do artista norte-americano Todd Webb sobre Portugal - cujo espólio português foi doado recentemente à Gulbenkian - obras de Bruno Zhu, Diogo Pimentão, Inês Zenha integram ainda a programação do novo ano da instituição.

No Porto, a Fundação de Serralves apresentará no próximo ano uma programação sob o mote “Novos Horizontes”, tendo como grande destaque “O Século de Gehry”, uma homenagem póstuma a Frank Gehry, organizada com o ateliê Gehry Partners e a Fundação Getty, patente entre maio e novembro, reunindo maquetas, desenhos, fotografias, mobiliário e esculturas do arquiteto norte-americano nascido em 1929 no Canadá.

Serralves apresentará ainda “Aflição de Espírito”, com obras da Coleção Duerckheim, e recebe a criadora norte-americana Jenny Holzer, com a sua primeira grande apresentação em Portugal — centrada em temas como poder, violência e justiça social - assim como obras do artista coreano Lee Ufan.

O cinema português estará em foco no museu portuense com uma retrospetiva integral dedicada ao realizador Miguel Gomes, apresentada na Casa do Cinema Manoel de Oliveira entre outubro de 2026 e março de 2027, com fotografias, materiais inéditos e sequências de rodagem, revelando o universo criativo do autor de “Tabu” e “As Mil e Uma Noites”.

Por seu turno, o Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural de Belém (MAC/CCB) terá em destaque criadores portugueses e novas abordagens à contemporaneidade para atrair público mais jovem. Entre os principais destaques estão as exposições individuais de José Pedro Croft, Ângela Ferreira e Francisca Carvalho, artistas de diferentes gerações.

Um dos destaques apontado pela diretora do museu, Nuria Enguita, este ano, quando foi apresentada a programação, será a nova exposição permanente a ser inaugurada em fevereiro, dedicada às artes a partir da década de 1970, com base nas várias coleções em depósito no MAC/CCB (Berardo, Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Holma/Ellipse e Teixeira de Freitas).

“May I help you? Posso ajudar?” incluirá obras de mais de 90 artistas, entre os quais Ad Minoliti, Alberto Carneiro, Ana Jotta, Carla Filipe, Doris Salcedo, Helena Almeida, Gabriel Abrantes, Gilbert & George, Jeff Koons, Júlia Ventura, Kara Walker, Richard Serra, Sara Bichão, entre outros, com empréstimos de outras instituições, como Serralves e a Culturgest, bem como encomendas feitas pelo museu.

A exposição “Reflexos, Enclaves, Desvios”, de José Pedro Croft, que inaugura em abril, proporá um percurso retrospetivo em torno de esculturas, gravuras e desenhos em diálogo com o espaço expositivo, enquanto a artista Ângela Ferreira apresentará uma mostra que percorre obras iniciais e criações recentes, com foco nas relações entre colonialismo, arquitetura e identidade.

O Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) assinalará o décimo aniversário da instituição em 2026 com uma programação centrada na memória, criação e inovação, tendo como principal destaque a maior exposição de sempre da Coleção de Arte da Fundação EDP, reunindo cerca de 100 obras, escolhidas entre as mais de 2.500 que integram o acervo.

Com curadoria de João Pinharanda, Sérgio Mah e Margarida Chantre, a mostra irá apresenta-se em dois momentos, em fevereiro e abril, e permanecerá patente até 2027, segundo a direção do museu, com intenção de intensivar a sua circulação fora de Lisboa.

A programação do MAAT inclui ainda exposições de Christian Marclay, Pedro Cabrita Reis, Margarida Correia, uma coletiva sobre inteligência artificial e, a partir de setembro, o projeto imersivo “Life is the Game”, do músico Paulo Furtado (The Legendary Tigerman), desenvolvido com Yolanda Correia e o realizador Eduardo Brito.

Foto: © Fundação Calouste Gulbenkian