FAZUNCHAR com Ricardo Romero

O FAZUNCHAR, festival promovido pela Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, irá decorrer este ano entre 10 e 18 de agosto cujo principal objetivo é promover a arte e cultura no concelho. Figueiró dos Vinhos é uma referência no panorama da Arte Urbana Nacional, como galeria de arte viva a céu aberto, que em muito contribui para o desenvolvimento da região. Conversámos com o curador Ricardo Romero para saber mais.

Como surge, e quais os objetivos do festival FAZUNCHAR?

O festival Fazunchar surge de uma vontade local de trazer à tona todo um movimento artístico que teve inicio no sec. XIX e se prolongou até ao inicio do sec. XX . Simões de Almeida (tio) escultor e professor do pintor José Malhoa foram alguns dos artistas que mais se destacaram no movimento naturalista português .

Que significa FAZUNCHAR?

Fazunchar significa "fazer" em Laínte, um dialecto local utilizado por comerciantes locais.

O que tornou Figueiró dos Vinhos uma referência no panorama da Arte Urbana Nacional?

Um território com uma riqueza naturalista tão grande encontrou na arte urbana uma forma de divulgar as suas gentes e tradições , dando um ar mais contemporâneo a quem o vê de fora.

Passaram também por Figueiró dos Vinhos vários nomes das artes visuais no passado. Queres destacar alguns?

Posso destacar o Martinho que esteve em residência artística no ano passado e que este ano volta, para nos apresentar o resultado final, em forma de instalação. A exposição inaugurará no primeiro dia do festival e estará patente até ao final de agosto.

Prevês interação entre artistas, público e meio envolvente?

Um festival como o Fazunchar promove sempre uma interação real entre a comunidade local e os artistas, que irão estar a trabalhar no território. Seja nas residências ou na pintura mural, passando pelas oficinas ou o nosso picnic comunitário .

Fala-nos dos eventos de arranque e de final do festival

O inicio do festival contará, como referido anteriormente, com a inauguração de uma exposição no primeiro dia e fechará com um piquenique comunitário seguido de uma oficina de serigrafia onde todos estão convidados a participar.

O que mais te ocorre destacar do programa do festival?

O dia 16, sexta feira, onde serão apresentados os resultados das três residências artísticas que irão decorrer ao longo da semana e o dia 17 sábado onde iremos ter as actuações da Mimi Cat e dos Beat Bombers .

É importante continuar a fomentar as artes e a cultura fora do eixo Lisboa-Porto?
O fazunchar é um festival multidisciplinar mas que tem uma base muito forte na arte urbana . A democratização da arte é algo que está muito ligado a esta disciplina artística e que só faz sentido se for partilhada com todos. Descentralizar é fundamental para que ela se desenvolva e possa continuar a crescer.

Na foto: Trabalho de Mariana Duarte Santos