Festival Eurovisão 2025 arranca esta terça-feira com representação portuguesa dos Napa

O 69.º Festival Eurovisão da Canção arranca esta terça-feira, dia 13 de maio, em Basileia, na Suíça, com a realização da primeira semifinal, onde Portugal será representado pela banda Napa e a canção “Deslocado”. O certame reúne este ano 37 países, mas apenas 26 conseguirão um lugar na final, marcada para sábado.

Na semifinal de terça-feira, Portugal competirá com outros 14 países — entre os quais Islândia, Ucrânia, Suécia e Croácia — por uma das dez vagas disponíveis. Apesar do entusiasmo em torno da canção portuguesa, a média das casas de apostas, reunida pelo site especializado Eurovisionworld.com, coloca Portugal em 14.º lugar, fora da zona de qualificação. Caso se confirme a eliminação, será mais uma edição em que Portugal falha a final, como aconteceu em 2011, 2012, 2014, 2015 e 2019.

Ainda na mesma noite, a cantora iolanda — representante de Portugal na edição anterior — sobe ao palco a convite da organização, depois de ter alcançado o 10.º lugar no ano passado com “Grito”.

A segunda semifinal terá lugar na quinta-feira e definirá os restantes dez finalistas entre os 16 países em competição. A final contará ainda com a presença automática dos chamados “Big Five” (França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Itália), além do país anfitrião, a Suíça.

À semelhança do ano passado, a edição de 2025 da Eurovisão está envolta em forte controvérsia política devido à participação de Israel, representado este ano por Yuval Raphael, sobrevivente do ataque ao Festival Nova em outubro de 2023. Mais de 70 artistas de vários países, incluindo portugueses como Salvador Sobral, António Calvário, Fernando Tordo, Lena D’Água e Paulo de Carvalho, assinaram uma carta aberta à União Europeia de Radiodifusão (UER) a pedir a exclusão do país. No documento, acusam a televisão pública israelita, KAN, de ser “cúmplice do genocídio contra os palestinianos em Gaza”.

A carta foi publicada pelas organizações Artists For Palestine e BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) e denuncia uma crescente instrumentalização do festival. Os signatários afirmam que a presença de Israel tornou a edição de 2024 — com reflexos ainda nesta edição — “a mais politizada, caótica e desagradável” da história da competição.

O debate sobre a participação de Israel já tinha sido levantado por várias entidades, incluindo a televisão pública espanhola RTVE e grupos civis na Finlândia. No ano passado, a tensão também se fez sentir com manifestações, cancelamentos e gestos simbólicos de apoio à causa palestiniana por parte de artistas em palco, incluindo a própria iolanda.

Portugal participa na Eurovisão desde 1964, tendo falhado apenas cinco edições. A única vitória nacional aconteceu em 2017 com “Amar pelos Dois”, interpretada por Salvador Sobral. Este ano, as atenções voltam-se para a atuação dos Napa, na esperança de que consigam contrariar os prognósticos e garantir um lugar na final.

Foto: Napa

Notícia adaptada. Fonte: LUSA