Festival Pedra Dura regressa a Lagos com dança, música, cinema e reflexão sobre o corpo e o presente

O Pedra Dura – Festival de Dança do Algarve regressa de 4 a 9 de novembro a vários espaços da cidade de Lagos, para a sua 4.ª edição, com uma programação que cruza dança, cinema, música, oficinas e masterclasses. Sob o mote da pausa, da escuta e da resistência, o festival convida artistas e público a refletir sobre o corpo, o coletivo e a urgência de habitar o tempo presente.

Entre as estreias nacionais, destacam-se Igor e Moreno, com Idiot-Syncrasy, uma performance que usa o salto – literal e metafórico – como gesto de esperança e perseverança; Dag Taeldeman & Andrew Van Ostade, com BodyBodyBodyBody, que funde dança e percussão num espetáculo de energia física; Marco da Silva Ferreira, que apresenta Fantasie Minor, um dueto com Chloé Robidoux e Anka Postic, entre dança urbana e música clássica; e Crying Cycle 2, de Daniel Matos & João Catarino, uma vídeo-dança sobre o desapego e o recomeço.

O festival assinala também os dez anos de “Sem Chão Sem Fim”, de Amélia Bentes, com a recriação da obra que marcou o seu percurso artístico. Marta Cerqueira apresenta Over Our Heads, uma instalação coreográfica participativa, e Inês Sybille & Malvin Monteiro estreiam O Nosso Lakou Digital, evocando o espírito do lakou haitiano como espaço de resistência e memória.

O lançamento do jornal Coreia #13, com foco nas múltiplas formas de pensar o corpo e o gesto, integra igualmente a programação.

Na vertente formativa, Bernardo Chatillon orienta a masterclass Escola para Mutantes: Práticas de Estudos e Desejos, que propõe um espaço de criação coletiva entre movimento, escrita e oralidade. As inscrições decorrem no site oficial do festival.

O diálogo entre corpo e imagem prolonga-se no cinema, com a exibição de Rebento, de João Sanchez, e dois filmes de Thierry De Mey sobre Anne Teresa De Keersmaeker: Fase e Rosas danst Rosas.

A celebração da comunidade e do encontro marca ainda o encerramento do festival, com o Rancho Folclórico e Etnográfico de Odiáxere, DJ sets de Von-Cente, Guillotina e GuerreiroGalante, e o concerto de Sara Pissarro, A Cave, A Rat, A Landscape.

Em parceria com o Centro de Ciência Viva de Lagos, o Pedra Dura 2025 inclui ainda atividades de Observação de Estrelas e uma Oficina de Impressão 3D, além da inauguração de uma nova exposição do CenDDA – Centro de Documentação de Dança do Algarve, dedicada à ideia de intimidade.

Toda a programação pode ser consultada em www.festivalpedradura.com.

O Pedra Dura – Festival de Dança do Algarve é uma coprodução da Cama – Associação Cultural e do Município de Lagos, com direção artística de Daniel Matos e Joana Flor Duarte.

Foto: Fantasie Minor, de Marco da Silva Ferreira © Martin Argyroglo