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Herbert W. Franke (1927–2022) foi um dos primeiros artistas a explorar a utilização do computador como meio criativo nas artes visuais. Com formação em física e matemática, Franke não separava ciência e arte, eram campos complementares, especialmente relevantes num mundo cada vez mais determinado pela tecnologia.
Wave forms, 1953, Foundation Herbert W. Franke
Nos anos 1950 e 60, muito antes da chegada dos computadores pessoais ou do acesso generalizado à tecnologia digital, Franke começou a trabalhar com algoritmos para gerar imagens. Foi um dos fundadores da arte generativa, uma prática em que a criação visual é gerada por regras matemáticas e processos computacionais. Em vez de desenhar ou pintar à mão, Franke escrevia código que determinava a composição, a forma e o comportamento das imagens.
Esta abordagem, hoje comum entre os artistas que trabalham com inteligência artificial, arte generativa ou sistemas interativos, era então absolutamente experimental e incompreendida pelo mundo da arte tradicional. Aliás, ainda é, pois a chamada arte contemporânea parece ter parado no tempo, algures por volta dos anos 1980.
Drawing machines,1960, Foundation Herbert W. Franke
Franke colaborou com engenheiros, utilizou computadores industriais e desenvolveu algoritmos visuais numa altura em que o mero acesso a um computador era bastante complexo e difícil. Por isso, o seu trabalho é considerado fundamental na história da arte digital, tanto pelas obras que produziu como pelo seu pensamento teórico sobre a relação entre homem, máquina e estética.
Além da sua produção artística, Franke escreveu extensivamente sobre os impactos da computação e da automação na criação cultural. Defendeu que o artista do futuro não poderia ignorar os sistemas digitais, e que o domínio técnico seria parte integrante do fazer artístico, argumento que ganha nova atualidade face ao crescimento da inteligência artificial na produção de imagens, música e texto.
Hoje, quando algoritmos geram imagens em segundos e a inteligência artificial desafia noções de autoria e criatividade, o trabalho de Franke ganha uma nova leitura. Ele antecipou, com décadas de antecedência, os debates sobre a fusão entre autor e processo, sobre o papel do artista como programador, e sobre o potencial criativo das máquinas.
Franke não romantizava a tecnologia, mas também não a temia. O seu percurso mostra que, longe de ser o fim da criatividade humana, a integração entre homem e máquina pode abrir novas formas de expressão, desde que o artista compreenda e assuma esse processo.
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