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A edição deste ano do Encontro Bienal de Artes Performativas – (Re)union 2022 consistirá, como habitualmente, em conversas com iniciativas de artistas e coletivos, sessões de práticas artísticas e oficinas com alguns dos artistas envolvidos nas Residências Temáticas Internacionais realizadas anteriormente, apresentações de projetos das Emilie Phillippot e Vitória Teles Grilo, entre outras atividades. Conversámos com Marta Ramos, Sara Martins, Sezen Tonguz e Vitória Teles Grilo para saber mais.
Falem-nos das origens e missão da Rede More
A Rede More é uma associação cultural sem fins lucrativos, com sede em Lisboa, que atua no contexto nacional e internacional das artes performativas. Tem como missão promover a criação, investigação e capacitação artísticas, através do desenvolvimento e fortalecimento de ligações entre todos aqueles que fazem das artes performativas o seu universo artístico.
A Rede More surge em 2020, no seguimento da iniciativa Moving (Re)union e organiza a sua atividade em cinco principais eixos – dando continuidade a três dos programas criados enquanto Moving (Re)union e inaugurando dois novos programas.
Esses cinco eixos são:
encontros e colaborações;
residências temáticas internacionais;
projetos editoriais;
acompanhamento de projetos em criação;
capacitação.
Com as suas ações nestes cinco eixos, a Rede More pretende contribuir para uma comunidade artística fundada no acesso igualitário a recursos e oportunidades, promovendo a partilha de boas práticas de colaboração e apoiando os profissionais de artes e os projectos em desenvolvimento através das nossas actividades.
Que balanço fazem dos anos de atividade que já levam?
Desde 2016 tivemos a oportunidade de concretizar diversas actividades nomeadamente, oito Residências Temáticas Internacionais, uma publicação sobre a formação em dança contemporânea e os seus ecos processuais e três Encontros Bienais de Artes Performativas. O balanço que fazemos deste percurso é muito positivo pelas aprendizagens que vamos adquirindo e por aquilo que pensamos possibilitar aos artistas. Contudo, apesar do optimismo, constantemente nos deparamos com pouco apoio financeiro, o que nos limita os sonhos. Um aspecto positivo aqui é perceber que, apesar disso, e graças ao esforço da equipa, dos artistas envolvidos e dos nossos parceiros, as coisas continuam a acontecer e isso é muito gratificante.
Como surge o Encontro Bienal de Artes Performativas – (Re)union?
(Re)union emerge da vontade de (re)encontrar ex-colegas de curso Programa de Estudo, Pesquisa e Criação Coreográfica – PEPCC dinamizado pela Associação Cultural Forum Dança entre 2008-2017 e apresentar e promover os trabalhos que estão a desenvolver atualmente. Foi iniciado em 2016 pela Sezen Tonguz e realizada juntamente com artistas que voluntariamente colaboraram e acreditaram na força deste projeto embrionário, a iniciativa a que se chamou (Re)union, como sendo uma ação autónoma de um grupo de jovens artistas internacionais, ex-alunos do PEPCC.
Foi uma primeira edição com performances, workshops, conversas e propostas transdisciplinares de mais de 40 artistas de 12 países diferentes que decorreram no Espaço da Penha, no Espaço Alkantara, na EIRA e em espaços públicos.
Este encontro artístico representou um forte desejo de estabelecer estruturas autónomas e sustentáveis dentro do campo das artes performativas num contexto interdisciplinar. Já a partir da segunda edição em 2018, deixa de ser um encontro exclusivo dos ex-alunos do PEPCC e passa a ser aberto para todos os artistas que mantêm ou pretendem estabelecer uma conexão com o tecido de artes performativas em Lisboa e Portugal.
A quarta edição do Encontro Bienal de Artes Performativas – (Re)union decorre de 30 de setembro a 9 de outubro de 2022 em Lisboa.
A que apresentações vamos poder assistir?
Serão apresentados dois projetos acompanhados pela Rede More nos últimos dois anos, workshops abertos ao público de artistas que trarão as suas pesquisas artísticas iniciadas nas Residências Temáticas Internacionais da Rede More (Faro 2019, Marselha 2021 e Almada 2022) e conversas com quatro iniciativas geridas por artistas sobre os modos de funcionamento em coletivo e as estratégias de sustentabilidade no meio de artes performativas.
“Las Lagunas”, de Emilie Philippot e “Meteorologia: tempo para matar”, de Vitória Teles Grilo, são os dois projetos de criação que a Rede More acompanhou em 2021 e 2022, oferecendo apoio e consultoria personalizada nos processos de produção, angariação e gestão de recursos. Ambas as artistas beneficiaram do protocolo que temos com os Estúdios Victor Córdon, no âmbito do programa Em Trânsito.
“Las Lagunas” é uma peça, com um elenco de várias nacionalidades, sobre as contínuas adaptações necessárias nas nossas relações, geridas através do exercício da flexibilidade. Procura uma dança que nos junta através do que nos separa: os nossos limites e as nossas discórdias. Ainda em fase de desenvolvimento, este projeto conta com o apoio de Temporada Cruzada França-Portugal 2022.
“Meteorologia: tempo para matar” é um solo inicialmente criado a partir de material autobiográfico sobre a capacidade de desdobramento da figura humana num contexto de crise. Nasceu da memória de vários sonhos repetidos onde a figura animal, como instrumento de transformação, teve um papel fundamental no exorcismo do imaginário. Aborda temas como o género e as suas polaridades e a precariedade da figura social sob a expressão de Abgioia, um conceito de Pasolini que junta a alegria e o sofrimento ao mesmo tempo. É uma montagem contínua: de pessoas, de estados, de intenções, de corpos – numa única unidade.Estreou em junho de 2022 no Centro Cultural Malaposta e contou com o apoio à criação da Fundação Calouste Gulbenkian.
Relativamente aos workshops, serão conduzidos por Helena Martos e Jorge Gallardo (“Danças brancas, as variações”), Helena Dawin (“Criar vestígios”) e Dally Schwarz em colaboração com Marcos Aganju (OVNI – objeto visual não identificado”).
As conversas serão em dois dias. No primeiro teremos a conversa entre Actual Arquitectura da Cultura – AADK Portugal e PISCINA, com moderação de Cláudia Madeira e, no segundo dia, entre APNEIA COLECTIVA e PARASITA, com a moderação de Vânia Rodrigues.
Podem consultar o programa completo aqui: https://bit.ly/reunionlisbon2022
Falem-nos um pouco das residências artísticas que têm acontecido
As RTI – Residências Temáticas Internacionais são uma das atividades desenvolvidas pela Rede More. Ocorrem desde 2017 e já tiveram lugar na Turquia, Bélgica, Portugal, França e Espanha.
As RTI pretendem oferecer aos artistas (seleccionados a partir de um open call) um período de trabalho intensivo, onde são convidados a desenvolver prática artística em relação a um tema definido pelo(s) artista(s) coordenador(es) da Residência.
As RTI têm como principal objetivo a criação de uma rede internacional de artistas. Procuram fomentar valores de partilha, colaboração e aprendizagem, ao mesmo tempo que tencionam promover o reconhecimento cultural e artístico nas zonas em que decorrem. Desde o seu início que têm permitido celebrar novas colaborações artísticas.
A organização destas residências temáticas também objetiva capacitar coordenadores locais nas áreas da administração, recursos e criação de redes, bem como proporcionar momentos continuados de pesquisa, experimentação, partilha e colaboração entre os artistas participantes.
Residências Temáticas Internacionais realizadas:
21 março – 01 abril 2022, Almada, Portugal; Tema: A Força do Invisível: poder no movimento; com coordenação local da Mariana Tengner Barros
05-17 outubro 2021, Marselha, França; Tema: Corpocabana; com coordenação local de Eva Baudry e Lara Lannoo
03-16 Maio 2021, Lisboa, Portugal; Tema: Novas presenças no campo artístico: corpo – imagem e corpo – paisagem; com coordenação local da Vitória Teles Grilo
15-29 julho 2019, Faro, Portugal; Tema: Práticas – criação e pedagogia em dança contemporânea; com coordenação local de Sara Martins
26 novembro – 09 dezembro 2018, Córdoba, Espanha; Tema: Solos; com coordenação local de Helena Martos
15-30 julho 2018, Ghent, Bélgica; Tema: Tendências rurais testadas; com coordenação local de Jonas Vanhullebusch
21 maio – 02 junho 2018, Istambul, Turquia; Tema: Transformação das paisagens urbanas no século XXI; com coordenação local de Müge Olacak/Atelier Muse
21 agosto – 01 setembro 2017, Lisboa, Portugal; Tema: Sustentabilidade: aspectos artísticos, financeiros, sociais. com coordenação local de Sezen Tonguz
Estamos a planear a próxima RTI no Porto em 2023 com a coordenação local de Marta Ramos e Mickaella Dantas.
A formação é importante neste projecto?
Sim, consideramos a formação importante neste projeto. Os artistas que integraram as atividades da Rede More são cerca de 150 desde 2016, com trajetórias diversas de formação artística. No entanto, muitos deles debatem-se ainda com dificuldades em desenvolver e fortalecer o seu trabalho no contexto específico de Portugal e internacionalmente. Com o eixo de ação Capacitação, a Rede More pretende oferecer-lhes a possibilidade de melhorar as suas competências em áreas que ainda não dominam, com o intuito de potenciar os seus projetos e o desenvolvimento da sua identidade artística. Visa munir os artistas de ferramentas fundamentais para o seu desenvolvimento pessoal e artístico, ao mesmo tempo que pretende criar um espaço para a partilha e colaboração promovendo a participação e qualificação das comunidades e dos públicos na cultura em diversos domínios da atividade artística.
Com este novo eixo de ação, pretendemos lançar três formações em 2023 que focam na documentação de processos de criação e montagem de vídeos, boas-práticas de gestão de tempo e desenvolvimento de projetos e ferramentas e métodos de arquivar.
Estas sessões de capacitação são desenhadas tendo em conta uma série de necessidades que vários artistas partilham com a Rede More.
A vossa expectativa em relação ao futuro é positiva, ou nem por isso?
Somos uma equipa nuclear minúscula que trabalha maioritariamente de forma voluntária, por isso passamos por fases menos positivas sempre que o nosso trabalho não é valorizado pelas entidades financiadoras. Mesmo com restrições financeiras, continuamos a sonhar e adaptar os nossos projetos com uma expectativa positiva, apostando numa Rede que possa ir mais ao encontro das necessidades do meio, por forma a tornar-se mais inclusiva, transparente e confiável. Trabalhamos para construir uma Rede com capacidade de gerar recursos que possam ser partilhados e com isso dar mais apoio aos artistas independentes.
Desejamos um futuro em que se valorize a criação de redes de apoio e de proliferação artística, promoção de encontros e uma diversidade de projetos artísticos, defendendo o crescimento e consistência dos trabalhadores da cultura e contribuindo para um panorama vivo e circular na sua programação.
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