Morreu Giorgio Armani, ícone da moda italiana, aos 91 anos

O estilista Giorgio Armani morreu aos 91 anos, anunciou ontem o Grupo Armani, em comunicado.

“O criador, fundador e força motriz da empresa, Giorgio Armani, morreu em paz, rodeado pelos seus entes queridos. Trabalhou até aos últimos dias e dedicou-se à empresa que fundou, às suas criações e aos vários projetos que iniciou”, refere a nota.

Considerado um dos nomes mais marcantes da indústria da moda mundial, Armani foi responsável por revolucionar o pronto-a-vestir italiano com os seus cortes desestruturados e silhuetas descontraídas, impondo um estilo imediatamente reconhecível desde o final da década de 1970.

Ao longo de mais de meio século de carreira, vestiu estrelas de Hollywood e elites internacionais, deixando uma marca indelével nas passadeiras vermelhas e na cultura visual contemporânea. O filme American Gigolo (1980), com Richard Gere, projetou a sua moda a nível global, abrindo caminho para mais de 200 colaborações cinematográficas.

Fundador de um império avaliado em mais de 8,5 mil milhões de euros, Giorgio Armani construiu sozinho o seu grupo empresarial, recusando fusões ou vendas de participação. A marca expandiu-se para além da moda, abrangendo perfumes, cosmética, decoração, restauração e até uma equipa de basquetebol, o EA7 Emporio Armani Milan.

Nascido em Piacenza, em 1934, Armani começou a carreira como decorador de montras, antes de fundar a sua própria marca em 1975, após vender o seu Volkswagen para investir no projeto. O sócio e companheiro, o arquiteto Sergio Galeotti, foi essencial no arranque da empresa, mas morreu prematuramente em 1985.

O estilista era reconhecido pela defesa de uma elegância prática: “Crio para pessoas reais. Não há vantagem alguma em criar roupas e acessórios que não sejam práticos”, dizia.

À data da morte, Armani planeava celebrar os 50 anos da sua marca na próxima Semana da Moda de Milão. A ausência do criador na edição de junho passado, onde foi apresentada a coleção masculina Primavera-Verão 2026, já tinha levantado preocupações no setor.

Envolvido em causas solidárias, nomeadamente na luta contra a sida e na defesa dos refugiados, Armani foi nomeado em 2002 embaixador da boa vontade da ONU.

Sem filhos, deixa como herdeiros os sobrinhos Roberta, Silvana e Andrea Camerada, bem como uma sucessão delineada para as mãos de Silvana e do antigo chefe de moda masculina, Leo Dell’Orco.

O velório de Giorgio Armani decorrerá este sábado e domingo, em Milão. O funeral será privado, em data ainda não divulgada.

Foto: © Por Bruno Cordioli - Flickr: Giorgio Armani - Vogue Fashion's Night Out Sept.10 2009 MILANO, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=28015945

Notícia adaptada. Fonte: LUSA