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Entre os dias 3 e 11 de agosto de 2024, a 3ª Edição do Ocupar a Velga regressa à Aldeia de Valezim, no Concelho de Seia. Ao longo de nove dias, a comunidade de Valezim e arredores participa e constrói uma ocupação vibrante, composta por teatro, circo, performance, música, cinema e arte urbana. Conversámos com os organizadores do evento, Patrícia Soares, Filipe Metelo e Sandra Cardoso, para saber mais.
Com que espírito encaram a terceira edição do Ocupar a Velga?
A 3ª edição do Ocupar a Velga é a mais ambiciosa entre as que produzimos até agora, pelo que o entusiasmo é grande. A programação aborda várias temáticas atuais e esperamos que contribua para o aumento da reflexão e da consciência crítica. Por isso, há também uma grande expetativa de vermos a reação do público.
Que inquietações caracterizam a ocupação deste ano?
O mundo está a polarizar-se e o espaço para o diálogo a diminuir. Queremos reativar um espírito de empatia que se está a dissipar na sociedade em geral, ao mesmo tempo que seguimos com a vontade de cultivar a ideia de bem estar e qualidade de vida destas regiões que se estão a desertificar.
Falem um pouco do tema desta edição, “O Tempo Presente”
Vivemos um tempo de inquietação e de grandes transformações políticas e sociais. Ao mesmo tempo que sentimos direitos conquistados a serem ameaçados, vemos uma capacidade de reivindicação a aumentar e, consequentemente, uma abordagem maior aos temas das desigualdades e discriminação. Nesta edição quisemos trazer temas do agora através de propostas artísticas que contribuam para uma reflexão conjunta. Quisemos trazer temas e pessoas que representem a diversidade atual.
Ao mesmo tempo quisemos deixar iniciar um processo que imprima marcas permanentes na aldeia e que nos relembre que a ocupação é necessária todos os dias, assim como a luta pela liberdade.
Que fatores contribuíram para a construção da programação?
Foram imensos os elementos a ter em conta na construção da programação desta edição. Além do tema, como mencionámos, queremos manter uma proposta multidisciplinar e não é fácil encontrar propostas artísticas que se adaptem às condições de uma programação realizada exclusivamente em espaço público. E outro fator sempre presente, obviamente, é o orçamento, sentimos uma diferença muito significativa no aumento dos custos de todas as áreas, a cada edição.
Procurámos que a programação mantivesse um equilíbrio entre atividades participativas e espetáculos. Voltamos a realizar o miniLAB, uma oficina de expressões artísticas para a infância, na sua 4ª edição, com orientação pelo 2º ano por Bernardo Chatillon. Mantivemos atividades de aproximação ao público e de relação com o território. E procurámos uma abordagem programática que permita alcançar diferentes segmentos de público.
Falem-nos dos eventos de arranque e de fecho.
Esta edição inaugura a expansão para a aldeia de Sazes da Beira, vizinha de Valezim. A escolha do espetáculo foi uma escolha difícil de concretizar, mas que também inaugura a presença de uma companhia internacional no Ocupar a Velga. Inkógnito é um espetáculo de circo divertido, onde as técnicas circenses estão muito bem envolvidas na dramaturgia do espetáculo.
Para fechar temos um dos nomes de referência da dança atual, Jonas&Lander que apresentam Coin Operated, uma performance interativa e dependente do público, com a ironia e linguagem bem marcada da dupla. Começamos e terminamos em alegria!
Que outros momentos destacam do muito que se vai passar?
Este é o ano dos 50 anos da democracia portuguesa e, obviamente, uma temática a incluir. O Mercado das Madrugadas, de Patrícia Portela, traz uma ocupação do espaço público para reivindicar consciência coletiva e ação. É, sem dúvida, um espetáculo a não perder no dia 7 de agosto.
Destacamos também a proposta do projeto DME, de Seia, um projeto de música eletroacústica que apresenta no Ocupar a Velga um concerto no dia 6 de agosto, mas também uma instalação sonora que estará aberta de 8 a 11 de agosto. Ao longo do Ocupar a Velga temos uma obra de arte urbana a ser realizada pela artista visual Patrícia Mariano, estamos muito expectantes com o resultado a ser inaugurado no dia 10.
Por fim, destacamos o concerto de Leo Middea, um artista brasileiro a residir em Portugal que nos traz um concerto carregado de sons dançantes.
É importante o convívio na programação de performances artísticas com, por exemplo, aulas de Yoga?
Desde a 1ª edição que temos trabalhado com a Vallecinus, uma associação juvenil local, que no Ocupar a Velga programa algumas ações paralelas. Essas ações estão conectadas ao território, através da partilha de conhecimento sobre tradições locais, mas também na dinamização de atividades dirigidas ao corpo e à mente, como as aulas de yoga ou caminhadas. É importante oferecer atividades de envolvimento e conexão do público com o território e com a organização, de forma mais próxima.
É importante “fugir” do eixo Porto-Lisboa?
Sem dúvida que é urgente fugir deste eixo. Lisboa e Porto são cidades com uma oferta cultural e artística incrível, onde o difícil é escolher e conseguir ver tudo o que a cada um interessa. No entanto, há muitos territórios do país onde a oferta cultural, e principalmente artística, é muito limitada e o público não está minimamente conectado com as poucas propostas apresentadas. Somos 3 organizadores, produtores, e todos circulámos pelo país e sentimos o desespero das salas vazias. Queremos fazer a nossa parte na mediação de públicos aqui neste território e aproximar a população das artes do espetáculo.
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