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Portugal estará representado na Bienal de Veneza de Arquitetura com o projeto “Paraíso. Hoje”, uma proposta inovadora que conjuga um atlas com 700 imagens do território nacional e uma instalação digital interativa. A exposição será inaugurada no próximo dia 8 de maio, no edifício Fondaco Marcello, em Veneza, e poderá ser visitada até 23 de novembro.
Apresentado hoje no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, o projeto é da autoria dos arquitetos Paula Melâneo, Pedro Bandeira e Luca Martinucci, vencedores de um concurso público que marcou a mudança no modelo de seleção da representação nacional, anteriormente feito por convite direto.
Sob o tema “Intelligens. Natural. Artificial. Collective”, proposto pelo curador-geral da bienal, Carlo Ratti, a edição deste ano apela a uma reflexão urgente sobre as alterações climáticas e a necessidade de adaptação das cidades e das práticas arquitetónicas a um mundo em mudança.
“Paraíso. Hoje” responde a esse apelo com uma análise crítica do território português e da própria arquitetura. Segundo os curadores, o projeto é uma metáfora sobre o potencial regenerativo da natureza e o papel da inteligência coletiva na construção de soluções sustentáveis e inclusivas.
A instalação digital sensível aos movimentos dos visitantes transforma a experiência numa espécie de “jogo de espelhos”, refletindo imagens de paisagens portuguesas em constante mutação — do mar ao campo, passando pela floresta. Já o atlas visual, com 700 fotografias, será também publicado em livro, reunindo contribuições de cerca de 30 fotógrafos, entre os quais Duarte Belo, Tiago Casanova e Paulo Catrica.
Durante a apresentação, os curadores destacaram que o projeto “não ignora os problemas”, referindo-se à desregulação urbanística e ao abandono do interior do país. Paula Melâneo sublinhou que “a arquitetura pode ser um acesso ao Paraíso”, enquanto Pedro Bandeira realçou as contradições da disciplina, desde o impacto da indústria extrativa até às questões ambientais associadas à construção.
A exposição portuguesa lança ainda uma provocação ao público e à comunidade arquitetónica: “Se a natureza é o Paraíso, para que serve a arquitetura?”
A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, marcou presença na apresentação e elogiou a natureza participativa do processo de seleção do projeto. “Esta é uma representação oficial portuguesa muito participada, democrática e alargada, que questiona a relação da arquitetura com o ambiente e com a tecnologia”, disse a ministra Dalila Rodrigues.
A ministra foi ainda questionada sobre a questão da alteração do regime do IVA aplicado à venda de obras de arte, que tem estado a ser contestado pelos galeristas. “Eu defendo a redução do IVA no processo de transação das obras de arte porque os artistas devem viver do seu trabalho e como meio para fomentar e fortalecer o tecido cultural português”, afirmou, reiterando o que disse na feira de arte ARCOmadrid, em março.
Após a sua passagem por Veneza, “Paraíso. Hoje” deverá ser exibido em território nacional, com apresentações previstas na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e na Casa da Arquitetura, em Matosinhos.
Com mais de 750 participantes e 280 projetos em exibição, a Bienal de Veneza de Arquitetura promete ser, uma vez mais, um palco para a reflexão crítica e criativa sobre os desafios globais da arquitetura contemporânea.
Foto: © Paraíso, hoje.
Notícia adaptada. Fonte: LUSA
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