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Quando pensamos em apoios para projetos artísticos em Portugal, a tendência natural e imediata é olhar para a DGARTES, os programas municipais ou algumas fundações privadas. Mas há um horizonte mais vasto: os programas europeus que financiam cultura e criatividade, e que muitas vezes ficam fora do radar de criadores, companhias e associações. Conhecê-los pode abrir portas a novas oportunidades de financiamento e de internacionalização.
O Europa Criativa é o programa da União Europeia especificamente dedicado às áreas da cultura e do audiovisual. Apoia projetos de cooperação transnacional, redes e plataformas, bem como a circulação de obras e artistas dentro do espaço europeu. Um exemplo é o Artemrede, rede de teatros e municípios que conseguiu financiamento europeu para vários projetos de cooperação e mobilidade, permitindo levar a criação contemporânea portuguesa a outros países e trazer novas linguagens para Portugal. O Programa Europa Criativa conta em Portugal com um Creative Europe Desk, que apoia candidatos nas suas duas vertentes - CULTURA (com a coordenação de Sara Machado) e MEDIA (com Susana Costa Pereira) - prestando informação, aconselhamento e acompanhamento técnico.
Embora muitas vezes associado apenas à mobilidade estudantil, o Erasmus+ tem linhas de financiamento para projetos culturais e artísticos, sobretudo quando ligados à formação, à educação não formal e ao envolvimento comunitário. Projetos de teatro comunitário, dança ou artes visuais que integrem uma dimensão de aprendizagem ou capacitação podem enquadrar-se neste programa. Em Portugal, várias associações têm conseguido apoio para residências artísticas e intercâmbios que cruzam educação e cultura.
O Horizonte Europa, dedicado sobretudo à investigação e inovação, também contempla as humanidades e a investigação aplicada à cultura. Projetos que cruzam artes, ciência e tecnologia encontram aqui espaço para apoio. Universidades e centros de investigação portugueses já integraram consórcios que exploram a digitalização de património ou a utilização de inteligência artificial em práticas culturais.
Os programas de cooperação territorial europeia, como o Interreg, financiam projetos em regiões de fronteira e colaboração entre países vizinhos. Vários projetos culturais no Alentejo e na região Norte já beneficiaram de apoios para iniciativas conjuntas com Espanha, envolvendo música, artes visuais ou património imaterial. É uma linha de financiamento particularmente relevante para entidades situadas em regiões fronteiriças.
Todos estes programas exigem planeamento, parcerias internacionais e, muitas vezes, capacidade de gerir processos burocráticos mais complexos do que os concursos nacionais. Mas a recompensa é clara: acesso a montantes mais significativos de financiamento, visibilidade internacional e redes de colaboração que podem transformar a escala de um projeto cultural.
Uma referência em Portugal para quem procura orientação sobre programas e apoios europeus é Francisco Cipriano, especialista em financiamento comunitário e responsável pelo Laboratório de Financiamento Europeu, uma plataforma que disponibiliza recursos, informação e acompanhamento para entidades culturais e criativas que queiram internacionalizar os seus projetos através de fundos europeus.
O desafio está em alargar horizontes e encarar a cultura como parte de um ecossistema europeu mais amplo. Enquanto aguardam os resultados das candidaturas nacionais, vale a pena investir algum tempo a obter informação e explorar estas oportunidades. Afinal, muitas companhias e coletivos portugueses já demonstraram que é possível competir, e vencer, no panorama cultural europeu.
Foto: © Markus Spiske | Unsplash
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