As Cores do Preto e Branco

Na vila Dominó, tudo é fácil de decidir. Ou preto, ou branco. Simples. A rotina das únicas três habitantes desta vila torna-as cada vez mais pragmáticas e centradas nelas próprias. Sempre ocupadas com esta sua rotina que não pode parar e que, mesmo que parasse, não haveria mais nada que elas pudessem saber. Doroteia, Miriam e Norberta já sabem tudo o que há para saber sobre a vila Dominó. As casas são desenhadas a carvão, a relva é cinzenta e por vezes, quando chove, fica mais escura, as flores têm tons acinzentados, pretos e brancos, e o sol ilumina tudo com a sua luz forte e, claro, branca.
E é num desses dias de sol branco e céu cinzento, que as três habitantes da vila Dóminó se deparam com uma pequena árvore que decidiu nascer mesmo no meio da praça principal. Uma árvore que tudo teria para ser uma árvore normal não fosse um pequeno pormenor: é a árvore mais colorida que alguma vez existiu. O seu tronco tem veios em tons de azul, rosa, amarelo e laranja. Das suas folhas, em vários tons de verde, surgem enormes flores das mais variadas cores.
Doroteia, Miriam e Norberta nunca tinham visto nada assim. E é da aceitação da diferença, da descoberta das várias vantagens e benefícios deste elemento estranho e, consequentemente, da solução que procuram para que todas possam partilhar esta que é uma árvore comum a todos os quintais, que as três habitantes da vila Dominó se deixam, aos poucos, colorir.

Um musical para toda a família que traz uma pequena reflexão para “miúdos e graúdos” e que nos envolve naquele que seria um mundo ideal, onde o que importa é o respeito e a empatia que temos por tudo e todos aqueles que nos rodeiam, independentemente da sua “cor”.
Afinal, nem tudo tem de ser preto ou branco.