António Lobo Antunes distinguido com a Grã-Cruz da Ordem de Camões

O escritor António Lobo Antunes recebeu, na passada terça-feira, as insígnias da Grã-Cruz da Ordem de Camões, entregues pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A condecoração tinha sido atribuída no dia 10 de junho e foi entregue na ocasião do aniversário do autor, em 1 de setembro.

Nascido em Lisboa, em 1942, António Lobo Antunes licenciou-se em Medicina, especializando-se em Psiquiatria, profissão que exerceu antes de se dedicar inteiramente à escrita, a partir de 1985. Publicou o primeiro romance, Memória de Elefante, em 1979, iniciando uma das obras mais consistentes e reconhecidas da literatura portuguesa contemporânea.

Com quase três dezenas de romances publicados, muitos deles traduzidos e premiados internacionalmente, Lobo Antunes construiu uma bibliografia marcada pela experiência da guerra colonial, pelo exercício da Psiquiatria e por uma linguagem literária inconfundível. Entre os títulos mais relevantes contam-se Os Cus de Judas (1979), Auto dos Danados (1985), As Naus (1988), O Esplendor de Portugal (1997), Não entres tão depressa nessa noite escura (2000), Que farei quando tudo arde? (2001) e, mais recentemente, O tamanho do mundo (2022) e As Outras Crónicas (2023).

Ao longo da carreira, recebeu distinções em Portugal e no estrangeiro, entre as quais se destacam o Prémio D. Diniz, o Prémio Fernando Namora, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro, o Prix France Culture, o Prémio Jerusalém, o Prémio Juan Rulfo e o Prémio Bottari Lattes Grinzane, em Itália. Foi igualmente condecorado pelo Estado português com a Ordem da Liberdade (2019) e com o Grande Colar da Ordem de Sant’Iago da Espada (2004).

Regularmente apontado como candidato ao Nobel da Literatura, António Lobo Antunes é considerado um dos maiores escritores de língua portuguesa da atualidade, sendo agora distinguido com a Grã-Cruz da Ordem de Camões.