
De 27 a 29 de Março decorre a 13ª Festa do Jazz do São Luiz. Carlos Martins, Director Artístico do evento, fala-nos sobre a edição de 2015 e sobre as mudanças ocorridas ao longo dos anos.
Será este ano que vê o seu desejo realizado da Festa do Jazz se tornar também num festival internacional?Graças a um considerável esforço e investimento da Sons da Lusofonia conseguimos este ano trazer duas grandes “vozes” do jazz europeu. Os contactos para estes concertos foram maioritariamente feitos no encontro internacional de Bremen (Jazzahead) onde agentes culturais e artistas de todo o mundo se juntam anualmente. Para nos tornarmos num festival internacional temos que viver internacionalmente. Temos muito boa música para exportar também, por isso o nosso investimento é essencial. Esperamos mais e melhores frutos a curto prazo.
Disse-nos em entrevista no ano passado que seria necessário repensar a vossa relação com as escolas, dado os métodos de ensino não terem evoluido organicamente. Pensa que houve algum progresso?O que disse no ano passado foi que o ensino da música nem sempre vai de encontro às minhas expectativas, por vezes poderia ser menos pessoalizado, mais informal diria, mas mais virado para a descoberta interior das especificidades dos alunos e do país e suas regiões.. Mas as escolas de jazz em Portugal têm um nível altíssimo e creio que só não evoluem mais porque a comunidade não lhes propõe mais desafios. É um problema cultural nacional. Nós somos a única entidade nacional que lança este desafio e a evolução é enorme. Claro que teremos que trabalhar mais em conjunto, sempre, para continuar progredindo,
A componente de formação está presente nesta edição nas Masterclasses. Qual o papel desta partilha de conhecimento?Desafios são a essência do jazz. Os desafios que foram ultrapassados por grandes músicos são um exemplo fulcral para outros músicos.
Tem notado uma evolução no público ao longo dos anos?Uma pequena evolução. É necessário termos programas de captação de público jovem, é uma questão de sobrevivência de músicos e da música.
Que novos valores tem observado no panorama do Jazz em Portugal?Há uma quantidade surpreendente de grandes músicos de jazz em Portugal. Há uma comunidade que se respeita e se apoia mutuamente. Desde há 13 anos que temos tido muitas estórias de sucesso. Em breve faremos uma edição sobre essas pessoas que começaram com 15/16 anos e que agora têm quase 30 anos.
O que diria a quem nunca esteve na Festa do Jazz para os persuadir a assistir?Uma alegria imensa como raramente se vê em Portugal e mais do que verdadeira é Bela.
13ª Festa do Jazz do São Luiz