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Falámos com a Direcção do FESTin - Léa Teixeira, Adriana Niemeyer e Victor Serra - a propósito da edição 2014 do Festival.
Qual o principal objectivo da existência de um festival de expressão portuguesa?
O FESTin foi criado com o objetivo de dar a conhecer ao público filmes de expressão portuguesa que muito dificilmente chegam aos circuitos comerciais. Pretende-se dar uma oportunidade aos realizadores de fazerem circular as suas obras, de as as exibirem num festival que tem vindo a ganhar dimensão, resistindo às contrariedades e a alguma desconfiança que ainda existe sobre a qualidade da produção do cinema feito nos países de expressão portuguesa. O FESTin tem tentado - e julgamos que tem já conseguido - constituir também uma motivação, um incentivo para que realizadores de países africanos - onde a produção cinematográfica é mais intermitente - tenham vontade de mostrar o seu trabalho fora dos seus país. Sem a possibilidade de exibição, a própria produção também não se desenvolve. É todo um circuito que precisa de ser alimentado. E por isso também que temos escolhido todos os anos um país para homenagear. Este ano é Cabo Verde.
Têm sentido uma evolução no vosso público?
O público tem crescido exponencialmente desde a 1ª edição, que foi em 2010 integrada na Semana da CPLP e que logo a partir de 2011 se tornou independente dessa semana comemorativa. Da 3ª (2012) para a 4ª edição (2013) crescemos 50% em número de espectadores, chegando a quase 7000 espetadores. É também muito importante perceber que já temos algum público frequente, que gosta e marca sempre presença no festival. Esperamos continuar a chegar a mais pessoas nos próximos anos.
O Festival vai viajar noutros países para além de Portugal?
Essa é a nossa intenção desde o início. Que o FESTin possa ser sediado por outros países de expressão portuguesa, contudo ainda não foi possível reunir os apoios necessários para tal. Até agora conseguimos realizar algumas mostras do Brasil, em parceria com festivais amigos, como o Festival Internacional de Cinema da Fronteira, no estado do Rio Grande do Sul, e também o Festival Audiovisual Mercosul, em Florianópolis, estado de Santa Catarina. Em Angola temos também uma parceria com o Festival Internacional de Cinema de Luanda. E em Portugal destacamos uma firme colaboração com o Cine Eco, em Seia.
Vão homenagear os 40 anos do 25 de Abril. O que está previsto neste âmbito?
É uma data acerca da qual não poderíamos ficar indiferentes, tais foram as mudanças que o 25 de Abril provocou não só em Portugal, mas também nos países africanos até então ainda colonizados. Vamos ter a estreia de dois filmes: o documentário "De Armas e Bagagens", de Ana Delgado Martins, que retrata o regresso de 300 mil portugueses de Angola, e que está na competição de documentários; e um outro filme que não podemos ainda adiantar, mas que está em fase final de produção e foi feito especialmente para ser apresentado no FESTin. Teremos igualmente uma mesa redonda que irá abordar a dicotomia entre democracia e ditadura, assinalando os 40 anos do 25 de Abril e os 50 anos da implantação da ditadura militar no Brasil. Queremos promover essa reflexão e debate entre dois momentos marcantes na história de Portugal e do Brasil. Enquanto em Portugal se celebrava a instauração da Democracia, no Brasil a Ditadura militar atingia 10 anos de governação, que se estenderia por mais 21 anos. Os participantes na mesa redonda serão anunciados brevemente. Para os mais pequenos estamos a preparar em conjunto com a Associação Abril um Jogo da Glória, com perguntas sobre esse período histórico.
O país convidado este ano é a França. Porquê esta escolha?
Este ano inauguramos esta nova mostra no FESTin, que consiste em convidar um país não lusófono, que tenha um papel relevante nas coproduções com países lusófonos. A escolha deve-se à ligação cultural e afetiva de França com o universo lusófono. É um dos países que mais investe em coproduções com Portugal, Brasil e alguns países africanos. Esta mostra conta com o apoio do Institut Français Portugal, da Aliança Francesa e da Rádio França Internacional e, para além da exibição de alguns filmes, terá ainda uma mesa redonda para a qual estão confirmadas as participações do realizador franco-português Christof Fonseca, que fez o making off do filme Gaiola Dourada, da atriz Rita Blanco, da diretora da Cinémathèque Afrique do Instituto Francês, Véronique Joo Aisenberg, e do realizador moçambicano Sol de Carvalho.
Quais os principais destaques da programação deste ano?
É sempre ingrato destacar filmes num universo de mais de 70, mas, para além das duas novas mostras "Democracia e Ditadura" e "País Convidado: França", é de mencionar que a acrescentar às duas competições de longas e curtas metragens de ficção, este ano abrimos uma secção competitiva exclusivamente para documentários, onde irão estrear em Portugal, por exemplo, o último filme realizado pela também atriz Maria de Medeiros, que dá pelo nome de "Repare Bem", e também o documentário "Cidade de Deus - 10 anos depois", no qual os dois realizadores Luciano Vidigal e Cavi Borges foram ao encontro dos atores do filme "Cidade de Deus" passados 10 anos. No âmbito de um documentário sobre a telenovela Roque Santeiro, vamos ter conosco a atriz Regina Duarte. Merece igualmente referência a homenagem a Cabo Verde, um país com pouca produção, mas que se faz representar com quatro filmes, um deles sobre o bairro da Cova da Moura, onde reside uma importante comunidade cabo-verdiana. Enfim, em 70 filmes, a escolha é variada e também inclui duas longas-metragens e uma mostra de curtas metragens para o público infanto-juvenil.
Vejam mais sobre o Festival em http://festin-festival.com/
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