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Financiamento público e privado: porque é essencial diversificar na cultura

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Pedro Mendes
September 10, 2025

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Financiamento público e privado: porque é essencial diversificar na cultura

A sustentabilidade dos projetos culturais depende, cada vez mais, da capacidade de combinar diferentes fontes de financiamento. Durante muito tempo, a aposta de muitas estruturas artísticas recaiu quase exclusivamente nos apoios públicos, fossem eles da Direção-Geral das Artes (DGARTES), dos municípios ou de programas estatais específicos. Contudo, confiar apenas numa única fonte é um risco.

Os apoios públicos continuam a ser fundamentais. A DGARTES garante estabilidade a companhias de teatro, estruturas de dança ou projetos de música através dos programas de apoio sustentado, ao mesmo tempo que abre concursos pontuais para iniciativas mais específicas. Também os municípios desempenham um papel crucial, apoiando festivais, programação local ou projetos comunitários.

Mas se o financiamento público garante enquadramento, é o financiamento privado que pode trazer flexibilidade e novas oportunidades. Fundações como a Calouste Gulbenkian ou a GDA têm apoiado projetos que dificilmente se enquadrariam nos critérios mais formais da DGARTES, permitindo maior experimentação. Também empresas privadas, através do mecenato (cujo regime está a ser revisto pelo Ministério da Cultura, Juventude e Desporto), contribuem para a viabilidade de projetos, associando a sua marca à criação artística e à responsabilidade social. Um caso ilustrativo é o do Festival Internacional de Marionetas do Porto, que além dos apoios públicos conta com o patrocínio de empresas locais e nacionais, garantindo assim maior escala e diversidade de programação.

Existe ainda uma terceira dimensão, frequentemente esquecida: o financiamento comunitário, através de redes locais e plataformas de crowdfunding. Este tipo de apoio tem a vantagem de aproximar o público do processo de criação.

A Artemrede, que reúne atualmente mais de 15 municípios, é um bom exemplo de como a diversificação garante sustentabilidade: combina apoios públicos locais, financiamento europeu e parcerias privadas, assegurando uma programação contínua, com impacto territorial e criação de novos públicos.

Também o projeto “Ocupar a Velga”, realizado anualmente em Valezim, Seia, é um exemplo notável de iniciativa cultural comunitária que alia arte, património e participação local. Organizado pela associação Produção d’Fusão, o evento transforma a aldeia numa plataforma de expressão artística, reunindo teatro, circo, música, cinema e arte urbana em espaços públicos como ruas, largos e salões. Com entrada livre, o festival promove a inclusão intergeracional e intercultural, envolvendo tanto artistas como habitantes na criação e fruição cultural. Além do apoio da Direção-Geral das Artes, o projeto conta com o financiamento do BPI | Fundação “La Caixa” e o apoio da Câmara Municipal de Seia, Junta de Freguesia de Valezim e Junta de Freguesia de Sazes da Beira, demonstrando como a colaboração entre entidades públicas e privadas pode fortalecer a cultura local e combater a desertificação do interior.

Nenhuma das referidas fontes deve ser vista isoladamente. Um projeto sólido pode, por exemplo, ser estruturado com uma base de apoio público, reforçado com parcerias privadas e dinamizado por uma campanha de crowdfunding que envolva a comunidade. Esta combinação cria maior resiliência, reduz a dependência de uma única entidade e aumenta o impacto cultural e social.

Na cultura, diversificar é sinónimo de sustentabilidade. O futuro passará por estruturas artísticas capazes de desenhar estratégias financeiras híbridas, juntando o melhor do setor público, privado e comunitário. Porque, no fim, o que importa é garantir que os projetos não só nascem, mas crescem e permanecem no tempo.


Foto: © Micheile Henderson

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