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Inês Ferreira: quando a curta-metragem se espalha pelo país

Por

 

Pedro Mendes
December 21, 2025

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Inês Ferreira: quando a curta-metragem se espalha pelo país

O Dia Mais Curto celebra o cinema na sua forma mais concentrada e livre, transformando o solstício de inverno num ponto de encontro entre filmes, públicos e territórios. Espalhada por todo o país, esta iniciativa da Agência da Curta Metragem tem vindo a afirmar-se como um projeto essencial de mediação, educação e inclusão através do cinema. Conversámos com Inês Ferreira, da equipa d’O Dia Mais Curto, para perceber como se constrói um evento que cresce a partir das curtas, das escolas e das comunidades, e para pensar o presente e o futuro desta celebração do cinema curto em Portugal.

Por que motivo consideram que a curta-metragem é o formato ideal para celebrar o solstício de inverno?
Vinte e um de dezembro é um dia simbólico: o solstício de inverno é o dia mais curto do ano, celebrado por muitas civilizações como o dia da renovação. É o dia perfeito para celebrar a curta-metragem, que contribui fortemente para a renovação das criações audiovisuais. A ideia de realizar o evento no solstício de inverno - o dia mais curto do ano - surgiu também do desejo de promover curtas-metragens para uma audiência local, incentivando sessões públicas em diversos espaços, quer seja online, em cinemas ou em diferentes locais públicos ou comunitários. A apresentação de curtas-metragens durante este curto mas intenso dia proporciona ao público a oportunidade de descobrir um grande número de cineastas e as suas obras.

Que características do cinema curto achas mais cativantes para o público geral e para os mais jovens?
Curtas-metragens são pequenos filmes, que podem ir até aos 60 minutos, embora, normalmente, não ultrapassem a meia hora de duração. Existem desde o início do cinema (os primeiros filmes dos irmãos Lumiere são curtas-metragens) e foi o único formato disponível por um longo período antes de enfrentar a concorrência das longas-metragens. Particularmente adequado para o ritmo de vida moderna, hoje, o género está a voltar com grande vigor.

Sendo um laboratório de exploração genuína e um trampolim para jovens realizadores (a maioria dos grandes cineastas começaram a realizar curtas), a curta-metragem é parte integrante no processo de renovação, participando plenamente no aparecimento de novos talentos. O futuro do cinema e da criação audiovisual, depende portanto das curtas-metragens.

Qual é, para ti, a importância das sessões para escolas dentro do projeto? Que tipo de resposta tens sentido por parte das comunidades educativas?
As sessões nas escolas são muito pertinentes, uma vez que damos acesso aos miúdos a curtas e a um tipo de cinema que eles provavelmente não estão habituados a ver. O objetivo é usar o cinema como veículo para alargar os seus universos e mudarem as suas perspetivas do mundo, e sobretudo conseguir ver o olhar do outro. Temos sempre muita aderência das escolas locais, e o feedback é muito positivo.

Que desafio pessoal sentes no trabalho que desenvolves dentro do projeto “O Dia Mais Curto”, especialmente na área educativa?
Nos tempos que correm, as gerações mais novas têm alguma dificuldade em estar focados e imóveis a ver um filme. Tendo isto em conta, por vezes torna-se complicado, quando há oportunidade para lhes fazer perguntas no final da sessão, de lhes extrair algo, porque muitas vezes não estão com a atenção que deveriam estar a ver o filme. Claro que há exceções, mas a grande maior parte é assim. Mas acho que, apesar disso, acabam sempre por reter algo, à maneira deles.

Que evolução tens observado no público ao longo das várias edições?
O Dia Mais Curto é um projeto que amadurece um historial de iniciativas que levamos a cabo ligadas à exibição de curtas-metragens no país, e pretende ser mais um passo assinalável dedicado à divulgação da curta-metragem em Portugal.

A premissa deste evento é não só a da divulgação do formato curto como também a da sua disseminação junto de um público português mais alargado, proporcionando a todas as localidades do país o contacto com as obras e produções de autores nacionais com reconhecimento internacional, o fomento do diálogo e o desenvolvimento de discussões críticas sobre os filmes.

A programação é pensada para todos os públicos de todas as idades. Uma parte é dedicada especificamente a crianças e adolescentes, incluindo sessões específicas para escolas de diferentes graus de ensino. Uma outra parte para um público adulto mais generalista, que é composta por filmes portugueses e europeus que procuram uma comunicação com um público vasto.

Este projeto tem apresentado um crescimento e evolução francamente positivo ao longo das suas últimas edições: quer em número de sessões, cidades e de espetadores, bem como na tipologia da programação apresentada. Nesta edição, abrangemos 48 localidades, superior ao do anterior, englobando a maior parte das regiões de Portugal, com um total de 114 sessões, que incluem salas de cinema, auditórios, teatros municipais, cineclubes, escolas e estabelecimentos prisionais. 

Para além das sessões de cinema, a integração de outras plataformas de exibição faz com que este evento chegue a um público ainda mais vasto, sendo de destacar a programação de curtas-metragens em canais de televisão (RTP2, Canal 180 e TV Cine) e plataformas online.

Que legado gostarias que esta iniciativa deixasse no panorama do cinema português?
O objetivo do O Dia Mais Curto é dinamizar as comunidades e juntar o público na sala de cinema, para celebrar o cinema da curta metragem. Neste sentido, gostamos de pensar que a nossa iniciativa deixa um impacto no público que a vê, porque a curta metragem é essencial na criação do artista, do realizador, porque é o início de algo.

Como gerem, ou articulam as parcerias com cineclubes, associações locais e outras entidades que ajudam a espalhar o projeto? / Quais são, na tua experiência, os principais desafios em organizar sessões por todo o país, continente e ilhas, ao longo de um mês?
Tudo é feito com bastante antecedência, mas, por norma, todas as associações e cineclubes são muito proativos e têm espírito de iniciativa. Há algumas associações e cineclubes que nos contactam e mostram vontade em aderir ao O Dia Mais Curto. Por outro lado, também contactamos vários outros sítios, que nunca tenham participado, de modo a chegar ao maior número possível. Eu diria que o maior desafio são as agendas de cada sítio, que às vezes já estão fechadas e não têm oportunidade para acolher O Dia Mais Curto.

De forma geral, o mais importante para nós é que todas as localidades tenham acesso a estes programas, porque, quando se vai ao cinema, o público está mais habituado a ver longas metragens. Daí ser importante dinamizar iniciativas que passem cinema curto e que a maior parte do público consiga ver.

Onde imaginas O Dia Mais Curto daqui a cinco ou dez anos?
Gostamos de pensar que podemos chegar, a cada edição, a mais localidades, portanto gostaríamos muito de ver O Dia Mais Curto em cada distrito, e em vários locais dentro de cada um.

Foto: © Still de "NO SKATE!", de Guil Sela

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