Joana Vasconcelos expõe 50 obras no Palácio de Liria, em Madrid

A artista portuguesa Joana Vasconcelos apresenta, até 31 de julho, uma exposição com 50 obras nos salões e jardins do Palácio de Liria, em Madrid. A intervenção artística estabelece um diálogo entre a arte contemporânea e obras clássicas de mestres como Velázquez e Goya.

A mostra, intitulada "Flamboyant. Joana Vasconcelos no Palácio de Liria", abre ao público na sexta-feira, mas teve ontem um momento de inauguração oficial, com a presença do Rei de Espanha, Felipe VI. A cerimónia contou ainda com a participação do ministro da Administração Interna de Espanha, Fernando Grande-Marlaska, do duque de Alba, Carlos Fitz-James Stuart, do presidente da Câmara de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, e do embaixador de Portugal em Espanha, João Mira Gomes.

A exposição insere-se na política de abertura da Fundação Casa de Alba, permitindo que o público explore não apenas os espaços visitáveis do palácio, mas também áreas normalmente fechadas. Estas salas são adornadas por obras de artistas como Rubens, Ticiano e Murillo, pertencentes à coleção privada da Casa de Alba.

Joana Vasconcelos destacou, numa apresentação realizada em janeiro, que esta é a primeira vez que intervém num palácio em Madrid e que a sua obra será exposta num edifício ainda habitado pela família proprietária. A artista sublinhou que a intervenção estabelece um "diálogo total" entre passado e contemporaneidade, promovendo novas consciências culturais.

O presidente da Câmara de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, considerou a exposição "um dos principais acontecimentos culturais do ano" na cidade. O duque de Alba, por sua vez, enalteceu "a bela sinfonia de contrastes entre a arte clássica e a obra de Joana Vasconcelos".

A artista, reconhecida internacionalmente pelas suas esculturas e instalações monumentais, traz para esta exposição algumas das suas obras mais icónicas e criações recentes. A sua carreira, com mais de três décadas, é marcada pela descontextualização de objetos do quotidiano e pela apropriação do artesanato tradicional para questionar temas como o papel da mulher, a sociedade de consumo e a identidade cultural.

Entre os momentos altos da sua carreira estão a representação de Portugal na Bienal de Veneza, em 2013, e a sua exposição no Palácio de Versalhes, onde foi a primeira mulher e a artista mais jovem a apresentar uma mostra individual. As suas obras já foram expostas em instituições como o Museu Guggenheim Bilbao, o Palácio Pitti e as Galerias Uffizi, em Florença.

Foto: © Atelier Joana Vasconcelos