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Miguel Loureiro estreia hoje "Do Natural" no Teatro Municipal S. Luiz. Falámos com ele para saber um pouco mais sobre este e outros projectos.
Fala-nos um pouco do teu percurso
Comecei no IFICT, a seguir entrei para a Escola Superior de Teatro e Cinema e estreei-me profissionalmente em 1995 no Egipto, no Cairo com o Teatro da Garagem. Em 1999 como não via os textos e os projectos que gostava a serem trabalhados na nossa cena, decidi partir para a encenação e montei um espectáculo 'Pompeia' no antigo Teatro da Graça, foi assim que comecei a dirigir. Passei por muitas companhias e criadores, além do Teatro da Garagem, o Cão Solteiro, fui fundador do Projecto Teatral, Casa Conveniente, Lúcia Sigalho, Nuno Carinhas, Luis Miguel Cintra, Karnart, entre muitos outros.
O que te atraiu na escrita de W.G. Sebald para a criação deste espectáculo?O que me atraiu na escrita do Sebald foi ela própria, essa escrita como nenhuma outra que tenha aparecido nos últimos anos.
A palavra, o texto, são fundamentais para o teatro?Não, não são, para o teatro o fundamental é a invenção da 'cena' como lugar-tempo. Mas eu gosto muito da palavra, que é diversa da noção de texto.
Como concilias os papeis de interprete e de encenador?Como encenador afirmo ideias, como actor ponho-me ao serviço delas, com mais ou menos autoria também.
Tambem escreves. Esta é uma actividade mais exigente que as restantes?Escrevi um texto 'pergunta a duquesa ao criado:' (2012) e estou a escrever outro agora, é uma actividade tão exigente como as outras, a encenação também é escrita, cénica.
Que outros projectos tem o colectivo 3/Quartos para 2015?Em Julho na Capela do Teatro Taborda iremos fazer (eu, a Sara Graça e o Francisco Goulão) um dos primeiros escritos do Thomas Berhard, 'In Hora Mortis', um diálogo do escritor em poesia com Deus, muito escuro, muito belo.
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