Conteúdos
Agenda
COFFEELABS
Recursos
Sobre
Selecione a area onde pretende pesquisar
Conteúdos
Classificados
Notícias
Workshops
Crítica
Por
Partilhar
O pintor Eduardo Batarda morreu hoje, em Lisboa, aos 81 anos. Deixa uma obra marcada pela influência das artes gráficas, pelo uso intenso da cor e por uma inquietação constante, usando a ironia como ferramenta de reflexão sobre a própria arte e a sociedade.
Nascido em Coimbra, em 1943, Batarda iniciou o curso de Medicina antes de enveredar pela Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Estreou-se em exposição coletiva em 1966 e, dois anos depois, realizou a primeira individual. Desde cedo integrou nos seus trabalhos referências da política, literatura, cultura popular e história da arte, frequentemente organizadas em planos de leitura próximos da banda desenhada.
Durante o serviço militar dedicou-se à ilustração, publicando O Peregrino Blindado na Galeria 111. Com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, estudou no Royal College of Art, em Londres, onde foi aluno de Peter Blake e Peter de Francia e premiado com os galardões Sir Alan Lane e John Minton. Foi nesse período que consolidou a dimensão crítica e conceptual da sua obra, marcada por alusões e trocadilhos visuais e verbais.
A aguarela, técnica que refinou em Londres, tornou-se central no seu percurso, usada para contrapor delicadeza formal e conteúdos irónicos. Paralelamente à pintura, escreveu crítica de arte, colaborando com o semanário Sempre Fixe, onde explorou o humor como arma de análise.
Professor na Escola Superior de Belas-Artes do Porto a partir de 1976, Batarda manteve uma intensa atividade criativa que incluiu tapeçarias, cenografias e obras de arte pública, como as tapeçarias para o Tribunal Constitucional e para a sede da União Europeia em Bruxelas, ou a decoração da estação de metro de Telheiras, em Lisboa.
O seu trabalho foi amplamente reconhecido, com exposições em instituições como a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu de Serralves, o MAAT, o Pavilhão Branco do Museu de Lisboa e a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva. Recebeu distinções como o Prémio Fundação EDP de Artes Plásticas (2007), o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (2019), o Prémio AICA para as Artes Visuais (2021) e a Medalha de Mérito Cultural (2020).
Este ano, foi figura central da Bienal de Arte Contemporânea da Maia, onde foi apresentado como um dos artistas mais influentes da pintura contemporânea portuguesa.
Autor dos textos dos próprios catálogos, em registo auto-irónico mas sempre erudito, Eduardo Batarda reiterava uma máxima atribuída a Salvator Rosa: “Aut tace, aut loquere meliora silentio” - “Ou cala-te, ou diz algo melhor do que o silêncio”. Uma frase que espelha a exigência ética e estética de uma obra que marcou a arte portuguesa das últimas seis décadas.
Foto: © Galeria Miguel Nabinho
Notícia adaptada. Fonte: LUSA
Apoiar
Se quiseres apoiar o Coffeepaste, para continuarmos a fazer mais e melhor por ti e pela comunidade, vê como aqui.
Como apoiar
Se tiveres alguma questão, escreve-nos para info@coffeepaste.com
Mais
INFO
CONTACTOS
info@coffeepaste.com
Rua Gomes Freire, 161 — 1150-176 Lisboa
Diretor: Pedro Mendes
Inscreve-te na mailing list e recebe todas as novidades do Coffeepaste!
Ao subscreveres, passarás a receber os anúncios mais recentes, informações sobre novos conteúdos editoriais, as nossas iniciativas e outras informações por email. O teu endereço nunca será partilhado.
Apoios