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Rita Maria - Entrevista

April 28, 2022

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Rita Maria - Entrevista
O Festival Theia acontece no Centro Cultural Malaposta de 28 a 30 de abril de 2022 e pretende celebrar o Jazz no feminino. Concertos, debates, uma exposição e muito mais, celebram 3 gerações de mulheres e jovens criativas, à volta do Jazz em Portugal. Conversámos com Rita Maria, curadora artística do evento, para saber mais.

Como surgiu a ideia para organizar o Festival Theia?
A dupla de diretoras artísticas do Centro Cultural da Malaposta Joana Ferreira e Manuela Jorge fez-me um convite para programar a celebração do Dia Internacional do Jazz e eu agarrei-o com uma proposta diferente, que tal um festival? Foi através da receptividade da Joana e Manuela que pude então começar a esboçar o que agora aparece em cartaz para estes três dias: 28, 29 e 30 de Abril.

Qual é o principal objetivo do Festival?
A ideia da criação de THEIA parte de uma reflexão sobre o que me parece ser necessário e pertinente para construir um amanhã que represente melhor e mais justamente o que acontece no campo das artes performativas.
Neste caso específico, dentro do Jazz e Música Contemporânea, Theia quer constituir-se como uma mais valia para a equidade de representação dos seus elementos ativos, bem como um contributo artístico para a sociedade em geral.

Fala-nos um pouco do nome do Festival
O nome do Festival joga com os seguintes elementos;
A Titânide grega Theia, associada ao poder da Visão e à Luz/Iluminação através da profecia.

O conceito da mulher-aranha, de Louise Bourgeois, Theia quer expandir os limites do que o público conhece e espera da Mulher no Jazz. A mulher artista desdobra-se em ambivalências, o contacto com essa realidade fará mais jus à multiplicidade artística do seu trabalho, tornando certamente mais rica a experiência do grande público.

Brincando com a própria ambivalência da palavra e das referências, Theia inevitavelmente pretende estender a sua “teia” para, não só se tornar um marco no panorama artístico nacional, criando o mais do que necessário acesso a role models artísticos femininos.

Este é um Festival no feminino. Fala-nos dessa opção
Numa realidade de crescente consciência sobre o papel feminino na sociedade e o seu reconhecimento, aparece o primeiro festival inteiramente dedicado às artistas, compositoras e intérpretes contemporâneas do nosso país. Dar a conhecer o trabalho de excelência que se faz na área do jazz contemporâneo/música erudita/exploratória é o sonho do THEIA. Vejo-me, neste momento, rodeada de colegas e alunas inspiradoras, de compositoras, intérpretes, instrumentistas, a pensadoras e investigadoras na área da música contemporânea e do jazz, todas elas criadoras activas, cheias de ideias/explorações valiosas para partilhar com a comunidade artística e com o público. Podemos dizer que, neste momento, somos já três gerações de mulheres formadas nesta área, quero que o público as possa re/conhecer. As oportunidades existentes de apresentar o trabalho destas mulheres, de forma significativa e concertada, são parcas… raramente vemos mais do que uma artista como líder num alinhamento de cartaz de um festival, dentro desta área, claro… ora eu quis subverter por absoluto essa equação, porque há mais do que projectos e líderes no feminino por onde escolher, contrariamente ao que se possa imaginar, bem como diversidade na oferta.

O que esperar do ciclo de conferências sobre a Mulher e o Jazz?
Iniciamos este ciclo de conferências com três interrogações: Onde estão as mulheres na cultura artística? Onde estão os ativismos na música? Onde estão as criadoras hoje? Estas perguntas pretendem observar três eixos pertinentes na (des)construção de estruturas de poder com base no género: compreender através de uma perspetiva histórica as dinâmicas socioculturais que limitaram e marginalizaram as propostas artísticas produzidas por mulheres; reconhecer a importância das lutas feministas no contexto da música por maior representação e condições de trabalho iguais; debater sobre a situação atual de mulheres compositoras e performers a partir das suas experiências no mercado de trabalho da música. Com a participação de investigadorxs, músicxs e ativistas, convidamos a comunidade artística e académica, assim como todas as pessoas interessadas a juntarem-se a nós para responder a estas questões.

Como foi pensada a programação de concertos?
Todas as propostas de concertos foram feitas tendo em consideração a diversidade estética, dentro da área do Jazz/Música Erudita, bem como as idades, representativas de 3 gerações de criadoras, um showcase do que de melhor se faz em Portugal.

A que outros eventos poderemos assistir?
Existe também um mini-ciclo de cinema sobre a temática feminina dentro do jazz e música contemporânea, aliada à performance. Apresentamos quatro filmes com perspectivas muito diversificadas e complementares: Lady be Good (um documentário sobre várias artistas norte-americanas que fizeram parte da história do jazz e que muito do público em geral desconhece nos dias de hoje), Book of Days de Meredith Monk (uma obra prima da compositora/cantora/performer), Birds of Paradise (documentário curto sobre a obra e génio de Carla Bley, apresentado sob a forma de filmagem do primeiro ensaio da sua Big Band antes da apresentação no Festival Internacional de Glasgow) e um filme biográfico assinado pela artista compositora/cantora/violinista/performer Laurie Anderson.
Decorrerá, em simultâneo, uma instalação visual nos espaços do Teatro a cargo da artista/performer Catarina Loura.

O “Ensaio Visual Theia” terá 3 componentes: a Exposição Fotográfica, a Instalação e a Performance. A arte fotográfica fará a apresentação do problema, a instalação proporá ao espectador uma nova maneira de olhar para ver, e a performance apresentará uma reflexão sobre a mudança que a mulher terá de sofrer para conseguir ser ela própria. Na parte fotográfica será feita uma abordagem abstrata, fugindo aos cânones visuais que retratam a mulher no geral, e a mulher no Jazz, como um objeto de criação de desejo. Na instalação Theia, Catarina Loura propõe a cada criadora do Festival Theia, a partilha de objetos que lhes provocaram ou provocam emoções, emoções essas, que tenham influenciado o seu percurso artístico, enquanto criadoras de música Jazz. Com a instalação finalizada, o espectador poderá aproximar-se da energia criadora de cada artista, sem ser pelos cânones visuais descritos anteriormente. É dado ao espectador, a possibilidade de olhar, para ver noutra perspetiva.

Como vai o Jazz em Portugal?
Vai muito bem e recomenda-se!

É um meio vibrante, cheio de novas propostas, com artistas cada vez mais diversos, preocupados em contribuir para um meio mais rico e inclusivo ao fazer parcerias com colegas de outras áreas e arriscar no que apresentam em nome próprio, sem receios de agradar ao "establishment".

Surgem cada vez mais colectivos, espaços colaborativos, pequenas editoras, festivais fora do radar do financiamento público, ou seja iniciativas completamente independentes que graças a isso, podem determinar o que querem fazer e como o querem apresentar, cativando assim novos públicos.

É uma época muito bonita de se viver na estória do Jazz Português. Há um caminho longo a trilhar no que à equidade diz respeito mas vejo esse caminho com a lente da esperança por tudo aquilo que acabo de descrever

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