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Tiago Sigorelho - Entrevista

June 17, 2020

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Tiago Sigorelho - Entrevista
Tiago Sigorelho é um dos membros do projecto Gerador que, de 18 a 20 de junho de 2020 organiza o festival online Oeiras Ignição Gerador. Esta iniciativa reúne mais de 40 personalidades da cultura, entre palestras e concertos. Falámos sobre o que esperar destes dias e de como a ideia surgiu, do facto de ser um evento exclusivamente online, do futuro, e de muito mais.

Antes de mais, como estás a viver estes dias incertos?
Sempre com muita incredulidade. É estranho pensar que estes 3 meses alteraram por completo a sociedade mundial. A insegurança que se vive hoje e a incerteza de amanhã é algo simplesmente difícil de acreditar. No Gerador, no entanto, temos usado a criatividade como arma de combate a estas dúvidas. Todos assimilámos que vinha aí um novo normal e começámos a desenvolver novas ideias e a chamar artistas e criadores a participarem nas nossas ousadias. Passámos a fazer iniciativas culturais no nosso site todos os dias, a nossa redação aprofundou as reportagens de investigação cultural, chamámos um conjunto de pessoas que admiramos para terem colunas de opinião diárias e temos estado a inventar coisas novas, como o Oeiras Ignição Gerador.

Como se propõem responder à pergunta “Qual o futuro da cultura e da criatividade”?
Sentimos que ainda não tinha existido um verdadeiro fórum onde autores, artistas, decisores e pensadores culturais se juntassem para pensar no que aí vem depois da pandemia. Como pensar o futuro sem ouvir as pessoas? Este foi o nosso propósito. A resposta dá-se em três fases:
1. Questionar a população portuguesa sobre o momento actual da cultura, através do estudo Barómetro Gerador Qmetrics
2. Envolver o ecossistema artístico, cultural e criativo numa discussão aberta e plural, com o Oeiras Ignição Gerador
3. Dar o primeiro passo para uma resposta escrita e formal, com a criação do Livro Branco da Cultura

Quais os principais momentos desta Ignição Gerador?
No Oeiras Ignição Gerador existem 8 espaços diferentes para as pessoas circularem, apesar de ser um festival online. Há três palcos que destacaria, pelo que podem contribuir para a reflexão sobre o futuro da cultura e da criatividade:
O Palco Oeiras, onde vamos ter conversas, apresentações e masterclasses de pessoas como a Sara Barros Leitão, André Gago, Carla Maciel, Margarida Pinto Correia, Vhils, Capicua, a atual ministra da cultura, Graça Fonseca, ou o anterior secretário de estado da cultura, Jorge Barreto Xavier.
O Palco Gerador, dedicado a manifestações culturais, como os concertos de Benjamim e Luís Severo, o espetáculo original de teatro escrito pelo Tiago R. Santos e protagonizado pela Carla Chambel, Heitor Lourenço, Mariana Pacheco e Pedro Laginha, e a performance criada pelas atrizes Mia Tomé e Isabel Costa.
O Pavilhão das Artes, dedicado a dar voz a organizações, desde as mais institucionais, como o Plano Nacional das Artes, passando por órgãos de comunicação social, como a Shifter, até ao sindicato dos trabalhadores do espetáculos, o SENA-STE, ou mesmo entidades não formais como o SOS Arte, formado após o início da pandemia.

Participam no festival mais de 40 personalidades. Foi fácil chegar a todas?
Foi relativamente simples, sim. São pessoas que sabem melhor que ninguém as adversidades que atravessamos e sentem que podem contribuir com ideias e pensamentos. Orgulha-nos muito termos convidados de várias dimensões artísticas, de espectros políticos diferentes e até de áreas da sociedade que habitualmente não estão directamente ligados à cultura.

Que desafios se vos apresentaram por o evento ser exclusivamente online?
O maior desafio é não vermos a nossa criatividade ser amputada pela tecnologia. É óbvio que temos de nos reger pelos limites do mundo digital, mas, mesmo assim, tentámos quebrar algumas regras, como adoramos fazer. Por isso vai ser possível pedir uma cerveja, encomendar comida ou até visitar as nossas casas de banho que vão estar decoradas por artistas visuais diferentes todos os dias.
Mas, devo dizer, também descobrimos vantagens enormes no online. Num evento com uma multiplicidade de palcos como este, é óptimo saber que todos os conteúdos ficam gravados e que os poderemos ver durante 24 horas. Assim não temos de fazer aquela escolha chata quando estão programados dois momentos que adoramos para a mesma hora.

Podes antecipar alguma informação sobre os resultados do Barómetro Gerador Qmetrics?
Sim. Globalmente a população portuguesa continua muito ligada à cultura, tal como já tínhamos visto na edição do ano passado. Os portugueses sabem da importância da cultura, na implicação que tem no seu crescimento, na educação, na economia. Sente-se, aliás, que este período pandémico aproximou ainda mais as pessoas da cultura. Estão mais sensibilizadas e mais disponíveis a participar e ajudar. Agora depende do ecossistema cultural saber responder. Depende dos artistas, dos agentes culturais, dos privados e do estado. Posso também avançar que os portugueses foram muito positivos na avaliação das medidas do governo para a economia, mas arrasadores na avaliação da resposta do governo para a cultura.

Como antevês o futuro próximo do sector cultural e dos seus trabalhadores?
Estou algo optimista, por mais estranho que pareça. Como nunca antes aconteceu, vejo todas as dimensões artísticas, todos os técnicos e todas as áreas políticas a convergir na necessidade de resolver definitivamente os problemas históricos da cultura. E vejo, também, a população portuguesa a amparar esta vontade. Estamos todos juntos.
Esta disrupção ainda vai continuar por mais alguns meses, mas parece-me que, se todos continuarmos a remar para o mesmo lado, se apresentarmos soluções, se realçarmos as vantagens que a cultura traz para a cidadania e para a competitividade do país, é inevitável que o estado e as empresas passem a apoiar a cultura da forma como merece, da forma como os portugueses desejam.

Foto por David Cachopo

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