Trabalhadores de museus e monumentos cumprem nova greve a 5 de outubro

Os trabalhadores dos museus e monumentos nacionais voltam a fazer greve no domingo, 5 de outubro, em dias feriados, devido à “falta de respostas do Governo” às reivindicações apresentadas há mais de um ano. A paralisação é convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).

A greve envolve os trabalhadores de portaria e vigilância dos 38 equipamentos sob tutela da empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP) e tem provocado, ao longo do ano, o encerramento de vários espaços culturais em todo o país, incluindo alguns dos mais visitados.

Orlando Almeida, dirigente da FNSTFPS, recordou à Lusa que desde a última reunião, realizada em 15 de julho com a ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, e com o conselho de administração da MMP, “não surgiu nenhuma proposta para ser analisada pelos trabalhadores”.

“Continuamos à espera da resolução de um problema que apresentámos à tutela há mais de um ano. Após a reunião com a ministra, surgiu alguma esperança de uma proposta a curto prazo, mas ainda não aconteceu”, sublinhou.

Entre as reivindicações, os trabalhadores exigem “justa compensação” pelo trabalho prestado em dias feriados e pelo trabalho suplementar, que consideram insuficientemente pago. Alegam ainda que a compensação só abrange até duas horas adicionais, quando, na prática, por vezes trabalham mais do que esse tempo.

Em resposta, a direção de comunicação da MMP afirmou apenas que, “nesta fase, não temos mais comentários sobre o processo, continuando a trabalhar e em diálogo próximo”.

Segundo a FNSTFPS, em 2024 os equipamentos da MMP registaram receitas de bilheteira superiores a 21 milhões de euros, resultado do turismo e das visitas escolares, confirmando, segundo o sindicato, “o papel central do património na cultura”.

A federação sindical lembra ainda que “há anos que este problema se arrasta, sem que os sucessivos governos tenham tomado uma decisão para valorizar o trabalho prestado em dias feriado”.

Nos museus, monumentos e palácios sob gestão da MMP, como o Palácio Nacional de Mafra, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, ou o Convento de Cristo, em Tomar, trabalham cerca de mil funcionários.

No seu site, a MMP tem alertado para possíveis “perturbações no acesso” aos espaços durante as greves, lembrando que os bilhetes já adquiridos podem ser trocados ou reembolsados através da Blueticket.

Foto: © Museus e Monumentos de Portugal

Notícia adaptada. Fonte: LUSA